

O debate foi esclarecedor nos temas debatidos , pena foi que outras temáticas como Justiça, Agricultura , Segurança tenham sido omitidos.



O professor Rojas contesta esse pressuposto e argumenta que medidas de satisfação com a vida também devem ser levadas em conta quando se elabora ou se avalia os resultados desses programas.
Além de questões sobre a renda familiar e a independência financeira da família, o pesquisador afirma ser necessário incluir questões subjectivas sobre a qualidade de vida em geral, como a satisfação pessoal em relação à saúde, ao emprego, às relações familiares, aos amigos e até consigo mesmo, bem como avaliações sobre o ambiente comunitário no qual a pessoa está inserida.
A maioria das pessoas pesquisadas ( a pesquisa foi feita na Costa Rica) avaliou as suas vidas como satisfatórias ou como não-satisfatórias. Nem todas as pessoas que eram consideradas pobres devido a factores económicos relataram estar infelizes com a própria vida, e nem todas as pessoas acima da linha de pobreza afirmaram estar felizes com a própria vida.
O professor Rojas observou que apenas 24% das pessoas classificadas como pobres avaliaram a própria vida como pouca satisfatória. Além disso, 18% das pessoas na categoria "não-pobres" relataram estarem pouco satisfeitas com a própria vida.
Desta forma, torna-se claro que unicamente a pobreza não define o bem-estar geral de um indivíduo e que é possível que alguns que superaram a linha da pobreza se sintam insatisfeitos com a própria vida.
Por outro lado, uma pessoa pode estar feliz com a sua vida mesmo que a sua renda seja baixa, na medida em que esteja satisfeita noutras áreas da vida, como família, saúde, emprego e consigo própria.
O professor Rojas argumenta que os programas sociais precisam reconhecer que o bem-estar depende da satisfação em muitos domínios da vida, e que muitas qualidades e atributos precisam ser levados em conta na elaboração desses programas, incluindo lazer, educação, a comunidade e a capacidade de se tornar um consumidor responsável, aprendendo a gastar sabiamente o aumento da renda .
"Esta pesquisa mostrou que superar a linha da pobreza pode ter pouco efeito sobre a satisfação com a vida. A renda não é um fim, mas um meio para atingir um fim. Há um grande risco de negligenciar e subestimar a importância dos factores capazes de incrementar o bem-estar quando se olha unicamente para a renda. É importante pensar em como tirar as pessoas da pobreza, mas é ainda mais importante preocupar-se ao mesmo tempo com as necessidades adicionais que as pessoas precisam para levar uma vida mais satisfatória," conclui o pesquisador.
Fonte: Diário da Saúde
