terça-feira, 19 de março de 2019

Notícias Ao Fim Da Tarde

*Ordem dos Médicos contra consultas por telemóvel

*Ministro dos Negócios Estrangeiros diz que dezenas de portugueses perderam casas e bens em Moçambique

*Debate Quinzenal. Passe único serviu para esquerda atacar o PSD e Costa fintar crítica de eleitoralismo

*Defeitos na construção: o consumidor tem direitos ou tem de viver com a desilusão?



A Desqualificação Da Personalidade E Da Cidadania Constitui A Verdadeira Ameaça À Democracia

Passámos de pessoa para indivíduo, com o crescente (imparável?) fenómeno de privação ou relativização da personalidade; agora estamos em transição de indivíduo (ou seja, de ser individual, dotado ainda de alguma autonomia ética e de ação) para “membro de qualquer coisa”. 

Já não somos pessoas, já não somos indivíduos; agora limitamo-nos a ser membros do Antifa, membros do grupo socialista da Trofa, membros do grupo da direita regeneradora do Barreiro, membros do Facebook, membros do Instagram, membros da Associação LGBT, membros do Benfica, membros do Porto, membros da Sanjoanense, membros da Associação Recreativa disto e daquilo… somos membros de tanto grupo que às tantas nos esquecemos de que somos pessoas com uma ligação jurídica especial a um Estado, através de um vínculo designado por cidadania. 

Somos, antes do mais, pessoas; e a nossa personalidade reflete-se democraticamente na e pela nossa qualidade de cidadãos. A desqualificação da personalidade e da cidadania constitui a verdadeira ameaça à democracia – e o maior presente para os inimigos da liberdade (marxistas, trotskistas rendidos aos luxos burgueses à la Bloco de Esquerda, socialistas dominados pelos interesses especiais e os demais totalitários que se dão bem com os BE…), pois permite-lhes controlar mais facilmente a sociedade. Aí onde não há personalidade, onde não há individualidade, não haverá necessariamente liberdade.

A democracia, infelizmente, passou a reduzir-se a uma agremiação de pequenas ditaduras; é uma agremiação de movimentos, grupos de base não democrática, difusos, mais ou menos informais, que regulam a nossa vida até ao mais ínfimo pormenor.

(Excertos do artigo de João Lemos Esteves, hoje no Ji

Lágrimas Ocultas


Se me ponho a cismar em outras eras
em que ri e cantei, em que era q'rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Florbela Espanca