sábado, 9 de novembro de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde


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É O Mais Miserável Erro De Pensamento Político Que Se Pode Imaginar.

É um dos piores erros de alguns democratas, de muitos europeus e de quase toda a esquerda: a ideia de que a democracia é a virtude e a bondade, a correcção e a humanidade. Noutras palavras, a democracia é de esquerda. Esta ideia é acompanhada do seu reverso: a direita é antidemocrata, autoritária, racista, xenófoba, boçal e violenta. Zelar pelos outros, ser solidário e respeitar os valores humanos é de esquerda e democrático. Explorar os outros, dominar e agredir é de direita e, por conseguinte, não democrático ou antidemocrático. Esta crença é muito mais generalizada do que parece.   (António Barreto, Público via Sorumbático)

Quem assim se comporta ajuda as autocracias de todo o mundo. Estimula as direitas. 

Trump é narcisista e vaidoso. Boçal e ordinário. Autoritário a caprichoso. [Mas...]

Trump não foi eleito por fascistas, robots, extraterrestres e fantasmas. Foi eleito por milhões de americanos de todas as cores e feitios, de todos os sexos, de todas as profissões, de todas as regiões e de todos os credos. Era bom que os europeus e as esquerdas percebessem que foi eleito pelo povo americano. (...)
 
Na Europa e na América, é evidente a decadência da democracia, dos costumes políticos e da honradez nos serviços públicos. É constante a utilização das piores receitas para a actividade política: a propaganda, a mentira, a covardia, a ganância e a corrupção. Toda a gente parece de acordo com a ideia de que “a política se está a afastar perigosamente da população”. Daí a consequência: em vez de mudar a política, o que é preciso, dizem, é “aproximar a política dos cidadãos”, noutras palavras, mentir mais, fazer mais propaganda, esconder as verdades, pagar tudo e todos, corromper e prevaricar, comprar votos e consciências. 

Algumas esquerdas radicais e sobretudo as direitas perceberam isso. Tomam balanço nessas observações. E vociferam com toda a legitimidade aparente: limpeza, vontade do povo, pureza de intenções e grandeza da pátria. E acrescentam a luta contra os estrangeiros, todos os estrangeiros, os capitalistas internacionais, os grandes rivais do comércio e da indústria e os trabalhadores imigrantes. 

A este rosário de justas lutas, some-se a nação, a religião e a rejeição dos combates de cariz anti-fracturante que as democracias têm promovido: a escolha de género, a eutanásia, o aborto, o laicismo e a miscigenação. O que resulta destas promessas nem Deus sabe. Mas servem brilhantemente como alavancas eleitorais e políticas. Como se vê. (ler texto na íntegra)

A Frase (280)

Os EUA são hoje uma democracia transmutada em plutocracia: o niilismo ético de uma “sociedade de mercado”, onde tudo se compra e vende, incluindo os presidentes (a Forbes registou 83 bilionários financiando Kamala, contra os 52 de Trump).  (Viriato Soromenho-Marques,DN)

O destino dos EUA, nessa altura ainda oculto para a maior parte do mundo, foi enunciado pelo futuro autor de Os Maias, numa autêntica revelação intelectual: “Nós entrevemos a América como uma oficina sombria e resplandecente, perdida ao longe, nos mares (…). Entrevemo-la assim: movimentos imensos do capital; adoração exclusiva e única do deus Dólar; superabundância de vida; exageração de meios; violenta predominação do individualismo; grande senso prático (…); uma febre quase dolorosa do movimento industrial; aproveitamento avaro de todas as forças; extremo desprezo pelos territórios (...) e por fim um profundo tédio pelo vazio que deixa na alma as adorações do deus Dólar.”(...)

A diabolização de Trump, disfarça o consenso fundamental da sociedade e sistema político dos EUA. A vitória do “deus Dólar”, hoje, reina sem limites, nem máscaras. A sociedade que construiu a primeira Constituição liberal moderna, baseada num saudável princípio de desconfiança antropológica, criando para isso um sistema de pesos e contrapesos, mergulhou, em 40 anos, na total promiscuidade entre as esferas pública e privada.   (...)

Para os órfãos europeus de Biden, que temem uma Europa abandonada pelos EUA, tenho uma boa notícia. O abraço de ferro de Biden à Europa, impondo uma guerra que poderia ter sido evitada, vai ser ainda mais apertado com Trump, intensificando um protecionismo que aumentará a migração das empresas europeias para os EUA. O colapso do Governo alemão é uma coincidência profética da tribulação que parece aguardar a UE, caminhando de olhos vendados para o pandemónio final da sua incompetência.

Entre O Sono E Sonho


 Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre —
Esse rio sem fim.

(Fernando Pessoa)