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quinta-feira, 29 de julho de 2010

"Carga Verbal" E Congelamento Da Acção Política


'O' diferencial que existe entre a "carga verbal" e a actuação dos nossos políticos se é uma caracterização bem achada da actual situação política portuguesa, não deixa de ser um sintoma perturbante do estado de um certo congelamento da acção política. A actividade partidária mantém-se intensamente ao nível do discurso, cruzando palavras, ideias antagónicas, zurzindo críticas violentas, mas num resultado prático de acção neutralizada. Em parte, será por efeito de uma crise insistentemente verbalizada, mas que ninguém consegue impor medidas para dela sair, ou porque não as tem, ou porque teme os efeitos potencialmente devastadores em resultados eleitorais. Reduz a acção política a uma condição inane. A solução de cada um não é a de nenhum. E este é, porventura, o estado linfático da nossa actual situação política. Atrofiante, cataléptico, desesperante.

Fonte: Paquete de Oliveira,JN

Finalmente - Não! Os mistérios do circo continuarão para todo o sempre...


Afinal, José Sócrates não pode afirmar "finalmente", como fez anteontem, numa declaração à imprensa a propósito de uma nota difundida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal sobre o despacho final do inquérito ao licenciamento do centro comercial Freeport, em Alcochete. O seu papel no processo está longe de estar esclarecido, entendem os procuradores do Ministério Público (MP) que dirigiram o inquérito, e foram apenas os prazos impostos pela Procuradoria-Geral da República para o fim do processo que impediram que ele fosse interrogado.



Nota: imagem Temis, sol sapo.pt/

O Amargo Destino ...

... Do Sonho

«Aí residia a sua força e a sua virtude, aí era invergável e incorruptível, aí o seu carácter era firme e rectilíneo. No entanto, esta virtude trazia estreitamente ligados a si também o seu sofrimento e o seu destino.
Acontecia-lhe o que a todos acontece: aquilo que por impulso da sua mais íntima natureza demandava e em que se empenhava com a maior pertinácia, era-lhe concedido, mas ultrapassando aquilo que ao homem é benéfico. O que começava por ser sonho e felicidade, redundava em amargo destino. O homem do poder destói-se pelo poder, o homem do dinheiro, pelo dinheiro, o subserviente pelo servir, o sequioso de prazer pela luxúria.

Hermann Hesse