quarta-feira, 1 de maio de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (101)

Há alternativa à sociedade espetáculo - A comunicação social, principalmente as televisões, aproveitaram para se tornarem o centro de debate político, com a constante presença de comentadores a todas as horas do dia, e que falam sobre tudo.  A política está a viver uma crise esquizofrénica.      (Bruno Bobone, OBSR)

Ao longo dos últimos anos assistimos a uma forte diminuição do combate político no Parlamento, que terá começado com a alteração da periodicidade e das regras dos debates com o governo, ainda no tempo do primeiro governo de António Costa.

Provavelmente por essa causa, a comunicação social, principalmente as televisões, aproveitaram para se tornarem o centro de debate político, com a constante presença de comentadores a todas as horas do dia, e que falam sobre tudo.

Para ter sucesso um projeto como este, torna-se necessário, ou mesmo indispensável, a constante criação de casos e de temas críticos para alimentar esta nova “besta” que criámos e que é a esquizofrenia da informação política (a esquizofrenia é um transtorno mental caracterizado pela perda de contacto com a realidade, alucinações (é comum ouvir vozes), falsas convicções (delírios), pensamento e comportamentos anormais).

Esta patologia cria em todos nós uma sensação de ansiedade que nos deixa sem capacidade de tomar decisões a longo prazo, condiciona-nos o raciocínio sobre as causas e efeitos dos temas e casos tratados e torna-nos elementos promotores de um imediatismo que favorece as decisões mais fáceis e que mais dizem prometer – o chamado populismo.

Com a entrada em funções do novo governo e pela sua decisão de não governar na praça pública, a “besta” vai à procura de todos os pequenos indícios de assuntos e de casos, para não deixar morrer a sua relevância e para garantir que nos mantém presos às fontes de informação.




Paulo Auster (1947- 2024)

 Autor de "A Trilogia de Nova Iorque" e "Cidade de Vidr". Escritor norte-americano Paul Auster morre aos 77 anos.

Em Portugal, Paul Auster tem grande parte da obra publicada, em particular os romances, como “Mr. Vertigo”, “Palácio da Lua”, “Música do Acaso”, “Leviathan”, “A Trilogia de Nova Iorque”, “Timbuktu”, “O livro das ilusões”, “As loucuras de Brooklyn”, “O homem na escuridão” e “4 3 2 1”, com o qual foi finalista ao Booker Prize.

Fica A Obra.
RIP

Há Maneiras De Olhar As Coisas ...

 
Há duas maneiras de olhar as coisas, como há duas maneiras de as não olhar. Ou se olham pondo-nos de fora delas ou pondo-nos dentro delas. Só no segundo caso as vemos bem, porque só então nos vemos mal ou simplesmente nos perdemos a nós de vista. O primeiro ver é o do homem prático, o segundo, o do artista. Um e outro também divergem no modo de não ver as coisas. O primeiro porque simplesmente as não vê; o segundo porque não repara nelas. Ao contrário do que se supõe, o mundo real não existe para o homem prático: o que existe é a sua instrumentalização. Uma flor só lhe existe se a puser na lapela ou mesmo num jarro; como um pássaro só lhe é real se o tiver numa gaiola ou o comer frito.

(Vergílio Ferreira, O Mundo Real Não Existe Para O Homem Prático)