sábado, 7 de setembro de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

Saiba Como Vai Este País

Há muitos anos que não se consegue criar um ambiente político e uma situação pública capazes de criar confiança nas instituições. Confiança moral, técnica, científica e política. Em boa democracia, é possível ter opiniões firmes, defender um partido e opor-se a outro, desencadear lutas partidárias e ideológicas, participar nas lutas pluripartidárias ao mesmo tempo que se confia nas instituições, na sociedade e nas famílias. É possível a luta de partido contra partido, sem lutar contra instituições. É possível defender firmemente opiniões políticas que dividem, mas acreditar em acções institucionais que unem. É muito raro em Portugal acontecer o que precede.

Nenhuma democracia resiste sem um módico de confiança por parte dos cidadãos. 

(Excertos do texto 'Uma questão de Confiança' de António Barreto, Público. Via Jacarandá)

A Frase (223)

Quando o Governo PS nacionalizou a Efacec, a história estava escrita. Agora, diz o Tribunal de Contas, a Efacec custará aos contribuintes mais de 500 milhões.    (António Costa, ECO)
 
A Efacec, a empresa que era “um símbolo da qualidade da engenharia nacional”, vai acabar dividida, vendida às postas aos dois candidatos. E mesmo assim o Estado vai ter de pôr mais dinheiro público, que vai obviamente perder. Sobra uma espécie de manual sobre como o Estado não deve meter-se em negócios privados porque, quando isso sucede, são os contribuintes que acabam a pagar a fatura.

Confirmou-se tudo. Agora, no dia 5 de setembro de 2024, o que se pode escrever? Pedir responsabilização política, chamar os responsáveis por aquela decisão em julho de 2020 e os que, ao longo dos anos, assinaram sucessivos reforços de capital por parte do Estado, e determinar de uma vez por todas que o papel do Estado não é o de salvar empresas, mas de criar condições de concorrência e de oportunidade para as boas empresas crescerem e para as más empresas saírem do mercado. 

Soneto Da Separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Vinicius de Moraes)