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quinta-feira, 22 de junho de 2017

Luís Miguel C. Pizarro Beleza (1950-2017)

Miguel Beleza, economista e ex-ministro das Finanças, morreu ao início da noite desta quinta-feira, em casa, avança o Correio da Manhã. Beleza tinha 67 anos.
Miguel Beleza, economista e ex-ministro das Finanças, morreu ao início da noite desta quinta-feira, em casa, vítima de uma paragem cardiorrespiratória. Beleza tinha 67 anos. De acordo com o Correio da Manhã, que começou por avançar a notícia, o ex-governante ainda terá sido assistido em casa pelo INEM, acabando porém por morrer. A notícia foi confirmada à Agência Lusa por fonte próxima da família.
Irmão de Leonor Beleza, ex-ministra da Saúde e presidente da Fundação Champalimaud, Beleza ocupou altos cargos durante o período do cavaquismo, tendo sido ministro das Finanças entre 1990 e 1991 e governador do Banco de Portugal entre 1992 e 94.

Notícias Soltas

El Mundo: 'Desastrosa Gestão Da Tragédia Pode Por Fim À carreira Política Do Primeiro-ministro António Costa'

Um artigo de hoje do jornal espanhol El Mundo fala em "caos" no maior incêndio da história de Portugal, com 64 mortos, um avião fantasma e 27 aldeias evacuadas.

O jornal diz que a "desastrosa gestão da tragédia pode pôr fim à carreira política do primeiro-ministro, António Costa".

"Caos no maior incêndio da história de Portugal: 64 mortos, um avião-fantasma e 27 aldeias evacuadas." É desta forma que o jornal ‘El Mundo’ sintetiza a situação dos fogos que têm devastado o Centro do País desde sábado. Entre críticas à "gestão desastrosa da tragédia", o diário espanhol destaca que esta situação "pode pôr fim à carreira política de António Costa".

"A evidente falta de coordenação entre as autoridades, tanto a nível dos trabalhos de extinção, como da comunicação com os media, provocou uma enxurrada de críticas à gestão do desastre por parte do Governo do primeiro-ministro António Costa, e em particular da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, a menos de quatro meses das eleições legislativas [queriam, certamente, escrever autárquicas] em Portugal", refere o ‘El Mundo’.

A reportagem ataca também o episódio dos bombeiros da Galiza impedidos de ajudar pela ministra da Administração Interna: "De forma inexplicável, ao mesmo tempo que o incêndio se expandia e os bombeiros lusos reconheciam estar a ser derrotados pelas condições do terreno, Urbano de Sousa vetava a entrada de uma coluna de 60 bombeiros galegos no território português".(Fonte: CM)

O Estado Fracassou Em Portugal Nas Suas Funções Mais Básicas. Agora Não Podemos Passar Da Tragédia À Farsa

Pedir desculpa em Portugal é só para os culpados, e portanto é visto como admitir culpa. Por isso, os nossos sábios políticos nunca pedem desculpa. Mas pedir desculpa, como Theresa May fez, não é reconhecer culpas: é reconhecer responsabilidades. 

O fogo não foi posto pelo presidente da república nem pelo primeiro-ministro. Mas foi sob a presidência de um e o governo de outro que a tragédia aconteceu. Quem estava à frente do Estado, tem responsabilidade, mesmo quando não tem culpa. Pedir desculpa às vítimas, às suas famílias e às suas comunidades em nome do Estado seria assumir essa responsabilidade, seria dizer: estamos aqui para vos proteger, não conseguimos, vamos perceber porquê, mas desde já pedimos-vos desculpa.

O Estado fracassou em Portugal nas suas funções mais básicas. Agora, não podemos passar da tragédia à farsa. Todos sabemos que os inquéritos, como todos os inquéritos, não vão apurar nada. Todos sabemos que novas leis feitas à pressa, como todas as leis apressadas, não vão mudar nada. O reconhecimento da responsabilidade constituiria talvez, dados os precedentes, a única mudança possível: pela primeira vez na sua história, o Estado em Portugal reconheceria não ter estado à altura da confiança que os cidadãos tinham depositado nele. Para isso, claro, seria preciso coragem. 

Haverá essa coragem? Sr. Presidente? Sr. Primeiro-Ministro? Vão ter coragem de pedir desculpa, em nome do Estado, pelas vidas perdidas, pelas famílias destruídas, pelas comunidades atormentadas enquanto os senhores ocupavam os primeiros lugares do Estado? 

Fonte: Rui Ramos,'Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, peçam desculpa !'

Sentimento ...

Não digas de nenhum sentimento que é pequeno ou indigno. Não vivemos de outra coisa que dos nossos pobres, formosos e magníficos sentimentos, e contra cada um que cometermos uma injustiça é uma estrela que apagamos.

Hermann Hesse