sábado, 8 de março de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

Saiba Como Vai Este País

Será assim? Mentindo? Fingindo? Acusando sem razão? Disfarçando? Fazendo de conta? Perdendo tempo e energias? Desperdiçando oportunidades? Enganando-se a si próprios? Louvando os seus defeitos e desprezando as qualidades dos seus rivais? Ludibriando os eleitores? Elevando à categoria de arte os mais reles sentimentos? Alimentando a corrupção e deixando vegetar o favoritismo? Sendo complacente com a aldrabice? Praticando o nepotismo e o favoritismo impunes? Escapando à justiça como rápidas aves de rapina? (António Barreto, Público, via Jacarandá)
 
A presente crise de governo, de partidos, de instituições democráticas e de estabilidade não resulta de agitação social, de problemas económicos graves e repentinos, de perturbações internacionais e financeiras, nem de qualquer desastre sanitário, climático ou natural. Pelo contrário, é a crise política, o protagonismo dos políticos, a autoridade política e a condução política do Estado e da nação que criam ou vão criar problemas económicos e financeiros, debilidade institucional, vulnerabilidade democrática e desordem social. E também é a crise política que provoca dois dos fenómenos mais nefastos da vida nacional: a abstenção (ou desinteresse) e o partido Chega. (ler texto na íntegra)

A Frase (64)

A crise política a que estamos a assistir resulta de uma estratégia de “tudo ou nada” que, a determinado momento, foi decidida pelos líderes dos dois principais partidos, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos. (Filipe Alves, DN)

(...) O certo é que Montenegro decidiu-se pelo tudo ou nada, preferindo a ir a jogo agora, enquanto tem mais hipóteses de sucesso, do que dentro de seis meses ou um ano.

Do outro lado da barricada, Pedro Nuno Santos também optou por jogar o seu futuro político nestas eleições antecipadas. No caso de Montenegro, é fácil perceber o que será considerado uma vitória. É ter um resultado que lhe permita a recondução no Governo.

Mas é difícil perceber o que pode ser considerado, ou não, uma vitória para o PS. Será ter mais mais votos que o PSD, mesmo que não consiga formar governo? Será manter o mesmo número de deputados? O que ganhará o PS com estas eleições antecipadas? E quem terá mais a perder nestas eleições? Montenegro, que vai agora a jogo por ser esse o mal menor, ou Pedro Nuno Santos, que poderia ter mais a ganhar em ir a votos dentro de seis meses ou um ano? O futuro dirá.

Eu Não Quero O Presente Quero A Realidade


Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.

Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.

O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.

Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas
como cousas.

Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.

Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.

Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.

(Alberto Caeiro)