D.Afonso Henriques foi um guerreiro-idealista, que logo muito novo se armou a si próprio cavaleiro e tomou como ideal a fundação do reino independente. Teria uns dezoito anos quando venceu a batalha de S. Mamede; no ano seguinte temos um documento por si validado com a palavra
Portugal , algo que não acontecia nem com a sua mãe, nem com líderes dos outros condados que assinavam colocando o seu nome ou título no sinal.
Um documento da época, A Gesta de D. Afonso Henriques , narra que o seu pai,quando faleceu disse o seguinte:
"E see companheiro a filhos d algo
E dá-lhe sempre sus soldados bien paradas(...)
E nom consentas em nenhua guisa que teus homens
sejam soberbos nem atrevudos em mal,nem façam
a nem uu, nem digam torto,
Ca tu perderias per taes cousas o teu bõo preço
non vedasses
E aos concelhos faze-lhes honra e aguisa como hajam
direitos assi os grandes como os pequenos.(...)
E por rogo nem por cobiça nom leixes a fazer justiça.
Ca se uu dia leixares de fazer justiça uu palmo
Logo em outro dia se arredará de ti ua braça."
Este texto evoca a tradicional ética do guerreiro,o código de honra da cavalaria,e sintetiza o legado moral de D. Henrique ao seu filho. D.Afonso deveria ser companheiro dos seus e ter sempre em atenção a justiça.
Excertos de Portugal Terra de Mistérios ,Paulo Alexandre Loução
