sábado, 31 de agosto de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

Saiba Como Vai Este País

 Todos os sismos em Portugal evocam o Terramoto de 1755. A reconstrução de Lisboa expõe a ação excecional daquele que seria imortalizado como Marquês de Pombal. A recente discussão sobre a ausência de legislação e fiscalização adequadas para prevenir o pior, quando se repetir um megassismo em Lisboa, ajuda a perceber o motivo por que uma tão grande parte da elite nacional recusa, alergicamente, estudar o legado da ação política de Pombal.

É impossível resumir o que fez Sebastião José pelo país nos 22 anos como Secretário de Estado dos Negócios Interiores do Reino, o equivalente atual ao cargo de primeiro-ministro (1755-1777). (ler aqui

O país é hoje uma pequena autarquia no pandemónio em que se transformou a UE. Num mundo a arder, alienámos tudo o que é existencial (moeda, defesa, negócios estrangeiros) ao cuidado de Washington/Bruxelas. Contudo, nem o que sobra - Saúde, Educação, Justiça - conseguimos salvar do declínio.

Até um dos insucessos de Pombal, o fracasso do Colégio dos Nobres, talvez nos ensine que, sem vencer a massa crítica da mediocridade, nenhuma elite reformadora terá êxito. Pelo contrário, a porosa mediocridade tenderá a minar o Estado, colocando em perigo o futuro coletivo.  (Excertos do texto de Viriato Soromenho-Marques, DN)

A Frase (217)

A sociedade atual está dominada por uma “racionalidade lógico-instrumental”, orientada para o matematizável, para o calculável, para o imediato e para o pragmático, desvalorizando as humanidades em favor de um mundo economicista, “centrado na tecnologia”. Saliente-se que se trata de uma situação alheada dos fundamentos da civilização ocidental, onde impera um vazio ético, sendo visível a ausência de uma ética situada no horizonte da plenitude humana, que nos convida a relegar para segundo plano o simbólico e tudo aquilo que nos remete para a esfera do sentido e do ser; verifica-se, na sociedade do nosso tempo, um “niilismo existencial”, em que a frustração e a dúvida marcam a perspetiva de mudança dentro da mudança.  (Maria de Sousa Pereira Coutinho, OBSR)

Confrontamo-nos, assim, com alterações que afetam o conjunto da dinâmica social e das suas instituições, uma vez que é o próprio ser humano que se encontra comprometido.

Filósofos, sociólogos e também cientistas, empenhados num projeto de humanização da sociedade, têm vindo a insistir na urgência de uma “busca reflexiva” em torno da vida humana e na necessidade de uma tomada de posição, uma vez que se trata, fundamentalmente, de uma “crise do homem”

Liberdade


A prova básica da liberdade talvez esteja menos naquilo que somos livres para fazer, 
do que naquilo que somos livres para não fazer.

(Eric Hoffer)