segunda-feira, 17 de junho de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (137)

Cuidar dos cidadãos imigrantes é uma questão de dignidade e de humanidade. Já o cuidar de imigração é uma questão de planeamento e de definição de política pública para o sector.  (Luís Parreirão, JEconómico)

A capacidade que o país tem, e vai ter, para empregar cidadãos depende tão só do modelo de desenvolvimento que queremos ter em Portugal. Mas, infelizmente, esta parece ser a discussão a que todos fogem. (...)

Sem modelo económico, sem planeamento, sem o mínimo de rigor, todas as referências quantitativas podem estar certas ou erradas. Nunca saberemos se os imigrantes que chegam a Portugal por cá continuam, ou não.

Mesmo para aqueles que entendem que o mercado e as suas regras tudo resolve, convém lembrar-lhes que estamos a falar de pessoas e da sua dignidade enquanto seres humanos.

Se a nossa realidade demográfica nos vai conduzir a sermos um país de imigrantes, é fundamental não criarmos dois países, o nosso e o dos outros. Um país no qual todos os que aqui vivem cumpram a Constituição e as Leis. Um país no qual todos sejam iguais perante a administração e os poderes públicos.

De Novo, As Palavras ...


Ponho palavras em cima da mesa; e deixo
que se sirvam delas, que as partam em fatias, sílaba a
sílaba, para as levarem à boca – onde as palavras se
voltam a colar, para caírem sobre a mesa.

Assim, conversamos uns com os outros. Trocamos
palavras; e roubamos outras palavras, quando não
as temos; e damos palavras, quando sabemos que estão
a mais. Em todas as conversas sobram as palavras.

Mas há as palavras que ficam sobre a mesa, quando
nos vamos embora. Ficam frias, com a noite; se uma janela
se abre, o vento sopra-as para o chão. No dia seguinte,
a mulher a dias há-de varrê-las para o lixo.

Por isso, quando me vou embora, verifico se ficaram
palavras sobre a mesa; e meto-as no bolso, sem ninguém
dar por isso. Depois, guardo-as na gaveta do poema. Algum
dia, estas palavras hão-de servir para alguma coisa.

(Nuno Júdice)