sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

Saiba Como Vai Este País

Engana-se, (...) quem pensa que André Ventura ficou muito chateado com a moção de censura do Chega que fez bumerangue. Era isso mesmo que ele desejava: todos os caminhos têm sempre de ir dar a ele, o homem antissistema. É uma espécie de me, myself and I que exprime incesto com o próprio ego. É espantoso como os partidos continuam a dar demasiado palco a estes cavalheiros do apocalipse. Talvez o façam porque julgam tirar alguma vantagem – mas estão enganados. (...)

Acontece que o Chega não está sozinho nesta pulsão pela terra queimada. Se o partido de Ventura tentou criar um facto político para disfarçar vergonhas internas, Mariana Mortágua fez o mesmo para tentar sair da fossa: decidiu contar e expor os deputados e ministros com negócios imobiliários. A seguir denunciará os farmacêuticos ou o desdém é dirigido apenas a trabalhos que o partido julgue abjetos?

É evidente que o Parlamento e o Governo devem ter empresários, académicos, arquitetos, artistas e até bloquistas. O país ganha em ter gente interessada e com interesses declarados. O debate e a troca de opiniões ganha densidade, a qualidade legislativa sobe. Quanto aos conflitos, eles não se presumem – fiscalizam-se. A publicação de listas ad hominem é um resquício totalitário que junta os extremos políticos.          (excertos do texto de André Macedo, J Económico

A Frase (57)

 São muitos os que, sem outras qualificações para além da carreira política, povoam administrações de empresa e exercem consultadoria. É um crime? Não necessariamente. Basta que tudo seja claro, para percebermos se os políticos servem quem os elegeu, ou quem lhes pagou.   (Rui Ramos, OBSR)

 (...)A governação em Portugal passou, nos últimos anos, por demasiados escândalos. Precisamos de um governo merecedor de confiança. É disto que se trata: não é do cidadão Luís Montenegro e da sua família, mas da democracia e do país. Incomoda ter de dar explicações? A democracia, se é mesmo democracia, não deve ser cómoda para o poder.

Sociedade

 
“Se a filosofia deve começar como discurso absoluto, o que é que se passará com a história,
e que começo é esse que começa com um indivíduo singular,
numa sociedade, numa classe social, no meio das lutas?”

(Michel Foucault)