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domingo, 2 de dezembro de 2018

Notícias Ao Fim Da Tarde

*As imagens do dia seguinte ao caos em Paris









Não Confundamos A Essencial Esperança Com A Dispensável Espertice, Mesmo Quando Esta Se Mascara De Habilidade

Nos anos da troika, repetia-se muitas vezes, e ainda hoje se diz, que o governo de Passos e Portas, (...) retirou esperança às pessoas. 

Não há dúvida de que foram anos de chumbo: um país confrontado com o abismo e nas mãos dos credores, a precisar de recuperar a credibilidade para poder voltar àquela segura e calma normalidade que permite, lá está, a esperança. Era possível ter dado mais esperança em anos tão duros? Talvez fosse. É sempre possível fazer melhor. Mas só quem está de fora, ou chega com o trabalhinho feito, pode dizer que era fácil oferecer um discurso só de esperança.

Convém esclarecer o que é isso de dar esperança, sobretudo como antídoto contra populismos. Uma coisa é não perder o foco, o ponto de chegada, e tê-lo claro na apresentação das políticas; é apresentar suplemento anímico de estímulo, de confiança, exibir a convicção de que vamos, sem deixar ninguém para trás, conseguir vencer. Outra coisa é não dar a cara pelas medidas duras, fingir que nem existem, dizer que não se está a cortar quando se está a cortar, deixar de investir jurando que estamos a investir, dizer que já passou o pior e que o pior só existiu porque alguém o desejou.

Uma coisa é dar esperança, outra coisa, muito diferente, é, a pretexto da esperança, iludir, mentir. Não confundamos a essencial esperança com a dispensável espertice, mesmo quando esta se mascara de habilidade. Em dicionário algum o verbete de esperança se confunde com o de pantomina.

Adolfo Mesquita Nunes

As Multidões ...

Os grupos são capazes de ser tão morais e inteligentes como os elementos que os formam; uma multidão é desordenada, não tem objetivo próprio, e é capaz de qualquer desatino com exceção de ação inteligente e de pensamento realista. Agrupadas numa multidão, as pessoas perdem o poder de raciocínio e a capacidade de escolha moral. A sugestibilidade pode ser fomentada até o ponto em que cessam de ter qualquer juízo ou vontade própria. Tornam-se excitáveis, perdem todo o senso de responsabilidade individual ou coletiva, são sujeitos a acessos súbitos de ódio, de entusiasmo e de pânico

Aldous Huxley ((Admirável Mundo Novo)