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quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (254)

Quando as maiorias não servem para nada - Quem votou em Lisboa deu à Assembleia Municipal a primeira maioria de direita em décadas de existência. Essa maioria não serviu para nada.       (Margarida Bentes Penedo, OBSR)

Primeira reunião, primeiro desastre. A Assembleia Municipal de Lisboa (AML), logo após a tomada de posse, tinha como ponto único a eleição da respectiva Mesa, composta por um Presidente e dois Secretários. Todos os erros se alinharam num trotezinho ligeiro em direcção à estupidez. Vamos por partes, e devagarinho, para que não fique nada por explicar.  (...)

A Mesa da Assembleia tem de ser eleita com a maioria dos votos dos deputados. Quer isto dizer que, apurados todos os votos, incluindo as abstenções, nenhuma mesa pode ser eleita com mais votos “contra” do que votos “a favor”. Qualquer lista proposta a votação tem de poder ser aprovada ou rejeitada.

No caso de ser apresentada uma única lista, essa proposta seria submetida ao voto secreto dos deputados e avaliada a sua aprovação desta maneira. Acontece que foram apresentadas duas listas. No limite, e pela mesma lógica, podiam até estar em discussão quatro ou cinco propostas e a Assembleia tinha de dar aos deputados a possibilidade de as rejeitar todas. Não foi o que sucedeu.  (....)

A Mesa eleita na terça-feira passada pode ser destituída. Pode, na prática, nem chegar a presidir coisa alguma, se esse for o desejo adulto e genuíno da direita que ganhou a Assembleia Municipal. Vai a direita pôr-se esperta? Vai a direita entender-se para dar consequência à maioria que tem? Vai a direita transformar em políticas de direita os votos que os eleitores de direita lhe confiaram? Vai a direita compreender o que a cidade lhe disse?

Nocturno

 

Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...

Como um canto longínquo - triste e lento-
Que voga e sutilmente se insinua,
Sobre o meu coração que tumultua,
Tu vestes pouco a pouco o esquecimento...

A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando. entre visões, o eterno Bem.

E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Gênio da Noite, e mais ninguém!

(Antero de Quental)