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domingo, 12 de novembro de 2017
Um País Pobre, De Gente Velha e Doente, Entregue A Si Próprio E Abandonado -Palavras De Ministro
... Ele lá saberá, melhor que ninguém porque acha que o país está 'abandonado'. Na mesma semana em que o governo negociou um orçamento que aumenta o peso do Estado, a despesa pública e recusa medidas fiscais para promover o investimento privado, o PM foi à Web Summit defender a iniciativa privada e os novos empreendedores. Muitos políticos hoje em dia acham que é uma habilidade ser capaz de dizer tudo e o seu contrário, dependendo das audiências e dos interesses de momento – e Costa é o paradigma desses políticos – mas há limites para a habilidade política e o PM já os atingiu. Não há propaganda que faça Sillicon Valley e geringonça rimarem.
A paz social, tão benéfica para este governo, está cada vez mais frágil. Os sindicatos agitam-se, até o líder da UGT foi duro com o governo, e as greves multiplicam-se. Mais uma vez, notam-se as contradições da geringonça. As coligações das esquerdas fazem demasiadas promessas para os recursos a que têm acesso. Quem governa para agradar às corporações e simultaneamente tem que respeitar os compromissos do Euro, não tem dinheiro suficiente para distribuir.
Os recursos financeiros são usados para contratar e aumentar ordenados, mas não chegam para o investimento necessário ao bom funcionamento das escolas e dos hospitais. O Estado clientelar está a enfraquecer o Estado social.
De repente, o país onde tudo corria bem tornou-se “um país pobre, de gente velha e doente, entregue a si próprio e abandonado”. Não foi um perigoso neoliberal que o disse. Foi um ministro. Ele saberá porque acha que o país está “abandonado”
(excertos do artigo de João Marques de Almeida, OBSR)
Ao Longe, Ao Luar
Ao longe, ao luar,
No rio uma vela,
No rio uma vela,
Serena a passar,
Que é que me revela ?
Não sei, mas meu ser
Tornou-se-me estranho,
E eu sonho sem ver
Os sonhos que tenho.
Que angústia me enlaça ?
Que amor não se explica ?
Que amor não se explica ?
É a vela que passa
Na noite que fica.
Fernando Pessoa
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