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sexta-feira, 21 de julho de 2017
Elegemos Representantes Cujos Primeiros Compromissos Não São Com Os Cidadãos Mas Com Os Caciques Dos Partidos ...
... Vista De Baixo, A Democracia Não É A Participação De Todos, Mas A Organização De Alguns.
Sim, sempre foi assim, e já todos sabíamos. Mas uma coisa é ter sido sempre assim, e todos sabermos, e outra coisa é sermos confrontados com as imagens, com os factos, como na reportagem do Observador sobre as eleições dos delegados da concelhia de Lisboa para a assembleia distrital do PSD. O trabalho de Vítor Matos, Pedro J. Castro e Miguel Pinheiro é, sem favor, um dos documentos mais elucidativos deste regime. Pela primeira vez, pudemos assistir à logística, às manobras, aos embarques e aos desembarques, que estão na raiz da vida política. Foi o PSD, como podia ter sido o PCP, o BE, o PS ou o CDS..
Para um historiador, tudo isto tem algo de arqueológico: tirando as carrinhas, era assim no século XIX. Ramalho Ortigão descreveu o sistema dos “influentes” e dos “caciques”, e José Malhoa pintou esse mundo em “A compra do voto” (1904). Na era do vídeo e do on-line, o velho “caciquismo” e o correlativo “voto de cabresto” estão vivos e recomendam-se: tal como há cem anos, uns quantos políticos profissionais, instalados em lugares públicos, usam o Estado para alargar clientelas, que depois mobilizam para votar.
Porque é assim? Há cem anos, até no Partido Social Democrata alemão, como demonstrou Robert Michels, vigorava a “lei de ferro da oligarquia” (em qualquer organização, por mais democrática, uma elite especializada acaba sempre por impor-se à maioria). O que é então característico do actual caso português? Talvez o papel do Estado na emergência e no funcionamento da oligarquia partidária. Os partidos agora existentes foram construídos de cima para baixo, sem excepção. (continuar a ler)
Nota: doa a quem doer, a reportagem do Observador baseia-se, não numa divagação qualquer, mas sim num jornalismo de investigação bem fundamentado. Há vícios nas sociedades que
se enrraizam e se propagam sem fim à vista. Lamentamos!
Sim, sempre foi assim, e já todos sabíamos. Mas uma coisa é ter sido sempre assim, e todos sabermos, e outra coisa é sermos confrontados com as imagens, com os factos, como na reportagem do Observador sobre as eleições dos delegados da concelhia de Lisboa para a assembleia distrital do PSD. O trabalho de Vítor Matos, Pedro J. Castro e Miguel Pinheiro é, sem favor, um dos documentos mais elucidativos deste regime. Pela primeira vez, pudemos assistir à logística, às manobras, aos embarques e aos desembarques, que estão na raiz da vida política. Foi o PSD, como podia ter sido o PCP, o BE, o PS ou o CDS..
Para um historiador, tudo isto tem algo de arqueológico: tirando as carrinhas, era assim no século XIX. Ramalho Ortigão descreveu o sistema dos “influentes” e dos “caciques”, e José Malhoa pintou esse mundo em “A compra do voto” (1904). Na era do vídeo e do on-line, o velho “caciquismo” e o correlativo “voto de cabresto” estão vivos e recomendam-se: tal como há cem anos, uns quantos políticos profissionais, instalados em lugares públicos, usam o Estado para alargar clientelas, que depois mobilizam para votar.
Porque é assim? Há cem anos, até no Partido Social Democrata alemão, como demonstrou Robert Michels, vigorava a “lei de ferro da oligarquia” (em qualquer organização, por mais democrática, uma elite especializada acaba sempre por impor-se à maioria). O que é então característico do actual caso português? Talvez o papel do Estado na emergência e no funcionamento da oligarquia partidária. Os partidos agora existentes foram construídos de cima para baixo, sem excepção. (continuar a ler)
Nota: doa a quem doer, a reportagem do Observador baseia-se, não numa divagação qualquer, mas sim num jornalismo de investigação bem fundamentado. Há vícios nas sociedades que
se enrraizam e se propagam sem fim à vista. Lamentamos!
Esta É A Frase
A Protecção Civil e o governo não querem que os bombeiros falem com os jornalistas. Percebe-se. Os bombeiros estão metidos no inferno dos fogos – e eles sabem, juntamente com as populações, o que custa a incompetência do Estado. Calados e obedientes, cumpre-lhes comunicar para a sede; depois, a sede comunica aos jornalistas a informação ‘relevante’.João Pereira Coutinho, CM
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