sexta-feira, 1 de março de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

Saiba Porque Fomos Chamados A Votar Desta Vez ? ...

Fomos chamados a votar desta vez, não porque o governo anterior tivesse chegado ao fim da legislatura, mas porque a contínua e persistente cadeia de acontecimentos de incompetência e de abuso de confiança foram tais que, no momento em que surgiu uma ligeira suspeita que envolvia colaboradores diretos do primeiro-ministro e eventualmente o próprio primeiro-ministro, num processo de influências indevidas, o líder do governo não teve qualquer possibilidade de se manter no cargo e apresentou a sua demissão. (...)

Este governo beneficiava de uma maioria absoluta que lhe deveria ter dado estabilidade governativa, mas que, seja pela falta de formação, de ética, ou de competência, acabou por viver os dois anos em que governou numa permanente situação de sobressalto e constantemente a ser confrontado com atitudes de abuso de confiança e de poder. (...)

No meu entendimento, o que levou a assistirmos a esta situação descontrolada de desgovernação está claramente ligado com um tema que a sociedade em que hoje vivemos – das redes sociais e do imediatismo, do individualismo e da auto-verdade – não tem tempo nem consciência para pensar nem discutir o que é a contraposição entre duas propostas de vida para uma sociedade democrática.(...)

Se queremos continuar a construir a sociedade com valores que nos permite reforçar a democracia, ou se apostamos no individualismo e na relatividade das propostas das verdades fraturantes nunca provadas e que trarão de volta o autoritarismo e nos diminuirão a liberdade. (...) (Bruno Bobone, DN)

A escolha á sua ! Pense bem.

A Frase (49)

O contraste entre a aceleração das exportações até 2015 e a sua desaceleração posterior leva-nos aos programas eleitorais, à estratégia e aos objectivos que AD e PS propõem ao país.    (Ricardo Pinheiro Alves, ECO)

A AD propõe uma aceleração do crescimento económico até 2028 baseado em reformas profundas em todos as áreas que afectam a competitividade das empresas portuguesas e que deverão fomentar o investimento, recuperar a aceleração do crescimento das exportações e aumentar o seu valor para a economia portuguesa*. A proposta inclui uma redução da carga fiscal com efeitos positivos imediatos no consumo e nas empresas.

O seu financiamento é feito com a receita fiscal originada pelo crescimento económico. Maior crescimento significa mais rendimento para as famílias, maiores salários para os trabalhadores e maiores lucros para as empresas, aumentando a receita.

A proposta do PS, por seu lado, não pretende fazer reformas, continuando a política de há oito ano e mantendo o ritmo de crescimento baixo. O PS poderia tentar promover uma missão para Portugal, mostrar um caminho, criar uma esperança, apontar um futuro. Mas não, a opção de Pedro Nuno Santos é apostar em práticas de um passado longínquo e na continuação de políticas que já demonstraram não dar resultado.

Os socialistas pretendem canalizar todos os incentivos e fundos europeus para os sectores e campeões nacionais controlados pelo seu governo e que serão eleitos como a vanguarda da economia portuguesa, estando alinhados com a Estratégia Industrial da UE, aumentando a nossa dependência do dinheiro externo e “abandonando” os restantes sectores industriais e de serviços, que têm um peso muito grande nas exportações.

Pausa


 Parecia-me que este dia
sem ti
devia ser inquieto,
escuro. Em vez disso está repleto
de uma estranha doçura, que aumenta
com o passar das horas -
quase como a terra
após um aguaceiro,
que fica sozinha no silêncio a beber
a água caída
e pouco a pouco
nas veias mais profundas se sente
penetrada.

A alegria que ontem foi angústia,
tempestade -
regressa agora em rápidas
golfadas ao coração,
como um mar amansado:
à luz suave do sol reaparecido brilham,
inocentes dádivas,
as conchas que a onda
deixou sobre a praia.

Antonia Pozzi (1912-1938)
Tradução: Inês Dias