terça-feira, 7 de março de 2023

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (54)

Aos olhos dos portugueses o país está em processo de desagregação, pois os remendos políticos e o improviso oportunista não chegam para salvar Portugal.                     (Carlos Marques de Almeida, ECO)

Um discurso no Grémio Literário deixa um traço de decadência. Referências históricas aos “Vencidos da Vida”. Noites longas com pequenas intrigas políticas. Mas para Passos Coelho é o lugar apropriado para se revelar ao partido e ao país um “horizonte político” e um “desígnio nacional”. O Presidente da República revela o seu entusiasmo escuteiro tal qual um “catavento” em noite de tempestade política. O PSD agita-se com a agitação comum às conspirações. E o entusiasmo sebastianista que haverá de abrir as portas do poder. É o hábito gasto da política portuguesa – ideias são um luxo excessivo porque para chegar ao poder só se precisa do homem providencial. Para o PSD, Passos Coelho é a imagem da providência. De onde vem este interesse súbito em Passos Coelho?

As Coisas Mais Simples


As coisas mais simples, ouço-as no intervalo do vento
Quando um simples bater da chuva nos vidros
Rompe o silêncio da noite e o seu ritmo se sobrepõe
Ao das palavras.
Por vezes, é uma voz cansada que repete
Incansavelmente o que a noite ensina a quem vive.
De outras vezes, corre, apressada,
Atropelando sentidos
E frases como se quisese chegar ao fim,
Mais depressa do que a madrugada.
São coisas simples como a areia que se apanha,
E escorre por entre os dedos enquanto
Os olhos procuram
Uma linha nítida no horizonte
Ou são as coisas que subitamente lembramos,
Quando o sol emerge num breve rasgão de nuvem.
Estas são as coisas que passam quanto o vento fica
E são elas que tentamos lembrar, como
se as tivéssemos ouvido ,
E o ruído da chuva nos vidros
Não tivesse apagado a sua voz.

(Nuno Júdice)