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domingo, 21 de julho de 2019

A Tentação Do Silêncio

O silêncio é a minha maior tentação. As palavras, esse vício ocidental, estão gastas, envelhecidas, envilecidas. Fatigam, exasperam. E mentem, separam, ferem. Também apaziguam, é certo, mas é tão raro! (...) A plenitude do silêncio só os orientais a conhecem.
(Eugénio de Andrade)

Notícias Ao Fim Da Tarde (act.)

>Reacendimentos no incêndio em Vila de Rei. Situação agrava-se na última hora



Uma Coisa É A Retórica, Outra Coisa É O Comportamenrto Efectivo


Geringonça deu poder legislativo a BE e PCP


Uma análise das votações no Parlamento mostra que o BE, o PCP e "Os Verdes" conseguiram determinar o curso da legislatura. Mas quando falhou a geringonça, Costa teve êxito ao virar-se para a direita - sobretudo depois de Rio.

Ao longo desta legislatura, a primeira a ter um governo minoritário socialista apoiado (externamente) pelos três partidos de esquerda radical em Portugal, as palavras utilizadas pelos últimos - e em particular pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP - relativamente ao executivo soaram mais a palavras de partidos de oposição do que de apoiantes. Das declarações dos líderes até aos cartazes que encontrámos nas ruas durante estes quatro anos, tudo podia levar um observador estrangeiro a crer que no país nada mudou em relação a alianças à esquerda.

Uma retórica que não encontra correspondência nas palavras proferidas por António Costa no seu último discurso sobre o Estado da Nação e, mais do que tudo, não corresponde ao comportamento efetivo dos três partidos de esquerda radical no Parlamento durante a legislatura. No seu discurso, o primeiro-ministro começou por "saudar os grupos parlamentares de PS, BE, PCP e PEV por terem ousado derrubar um muro anacrónico e assumido a responsabilidade de afirmar uma maioria parlamentar como alternativa de governo".

Fonte: DN

Acende Para Mim Uma Luz


Acende para mim uma luz, que o caminho é escuro
e nenhum verso te encontra.
- A luz mais lavada, que nos olhos me abra
uma certeza maior, que a da solidão da folha.

A mim, que nunca um deus me falou, 
basta-me saber da aranha para acreditar na teia, 
ouvir o trovão para saber da chuva.
E em tudo isto acredito. 

Ensina-me, se souberes, a rezar a todos os deuses.
Que eu só sei falar ao vento, das estações que depressa passam. 
De joelhos, como quem reza ou suplica,  deixarei uma prece
 aos pés da pedra. Farei de tudo, bem vês, que os meus frágeis ossos, 
não suportam mais o peso, da ilusão que escorre pelas paredes da casa.

- Acende para mim uma luz,  que  já nenhum verso a encontra. 
A luz mais lavada, a mais pura.

Acende...e que seja verde, como a luz 
que faz mover os corações de pedra.


Sónia M