quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Notícias Ao Fim Da Tarde

Cientistas Propõem Que A Frutose É A Grande Culpada Pela Obesidade


Frutose é culpada pela obesidade?

Os especialistas em nutrição reconhecem há muitos anos que as dietas ocidentais ricas em gorduras e açúcar são parte das causas da obesidade, mas o debate tem reinado sobre o principal culpado: Será que é a ingestão de calorias demais? Ou será que são alimentos específicos, como carboidratos ou gordura?

Isto levou alguns grupos de cientistas a recomendar a redução do açúcar, alguns a reduzir a ingestão de carboidratos, enquanto outros acreditam que a chave é reduzir os alimentos ricos em gordura.

O Dr. Richard Johnson e seus colegas da Universidade do Colorado (EUA) estão defendendo agora que estas teorias não são incompatíveis entre si, e que todas podem ser reunidas em um caminho unificado que gira em torno do verdadeiro motor impulsionador da obesidade: A frutose.

Ou seja, o principal problema da obesidade seria a frutose, conhecida como açúcar das frutas, mas que também está presente no açúcar de mesa e que pode ser produzida no corpo a partir de carboidratos (principalmente glicose). Quando a frutose é metabolizada, isso diminui a energia ativa no corpo (conhecida como ATP, ou trifosfato de adenosina), que causa fome e leva à ingestão de alimentos.

Verdadeiras causas da obesidade

O que a equipe chama de "hipótese de sobrevivência da frutose" reúne a maioria das hipóteses dietéticas sobre as causas da obesidade, incluindo as duas que têm sido mais incompatíveis entre si - a teoria do equilíbrio energético, que propõe que muita comida (e principalmente gordura) leva à obesidade, e o modelo carboidrato-insulina, que coloca os carboidratos no centro do ganho de peso.

  1. "Essencialmente, estas teorias, que colocam uma ladainha de fatores metabólicos e dietéticos no centro da epidemia de obesidade, são todas peças de um quebra-cabeças unificado por uma última peça: A frutose," defende Johnson. "A frutose é o que faz com que nosso metabolismo entre em modo de baixo consumo de energia e perca o controle do apetite, mas os alimentos gordurosos se tornam a principal fonte de calorias que impulsionam o ganho de peso."

Para unificar estas teorias, o pesquisador afirma que podemos usar como exemplo os animais que entram em hibernação. Quando estamos com fome e com pouca energia ativa, entramos em modo de sobrevivência. Os animais sabem que devem procurar comida quando os níveis de energia começam a cair; por que os ursos comem frutas para se preparar para o inverno? As frutas são alimentos ricos em frutose, e a frutose sufoca significativamente a energia ativa. A gordura atua como energia armazenada, mas a ingestão de alimentos ricos em frutose bloqueia a reposição da energia ativa proveniente do armazenamento de gordura, mantendo a energia ativa baixa, como um urso se preparando para uma longa soneca de inverno.

"Esta teoria vê a obesidade como um estado de baixa energia," disse Johnson. "Identificar a frutose como o canal que redireciona a reposição ativa de energia para o armazenamento de gordura mostra que a frutose é o que impulsiona o desequilíbrio energético, o que une as teorias."

Embora seja necessário mais pesquisas para validar completamente esta hipótese unificadora, este é um primeiro passo esperançoso na identificação potencial de prevenções mais direcionadas para a obesidade e a gestão do desequilíbrio metabólico.
Checagem com artigo científico:


Artigo: The fructose survival hypothesis as a mechanism for unifying the various obesity hypotheses
Autores: Richard J. Johnson, Laura G. Sánchez-Lozada, Miguel A. Lanaspa
Publicação: Obesity
DOI: 10.1002/oby.23920

As Nossas Relações São Líquidas


Que as nossas relações são líquidas, Bauman já nos disse. A qualidade dos nossos relacionamentos é ruim, também parece que todos já sabemos. Mas como se dá tudo isso na nossa vida diária? O trivial líquido é a percepção de como nossos relacionamentos estão cada dia mais frágeis.

Uma das grandes questões que provam esse trivial líquido da vida é a pergunta: por que os homens não se ajudam. Quantos dos nossos amigos – atuais – estão cercados de problemas, conflitos, e somos incapazes de ajudá-los. Não há nessas relações nenhum sentido de alteridade, apenas de proveito. Aproveite algo de mim e eu aproveito algo de você. Apenas isto. E isso com certeza reflete em nosso mundo, na maneira como lidamos com os recursos que o mundo coloca a nossa disposição. É a lógica do proveito.

Se pudéssemos falar em alguma espécie de salvação para as relações humanas com certeza seria desacelerar o modo como lidamos com o outro. Parar. E sair desse processo de insensibilidade e invisibilidade em relação aos outros, para enxergá-los não como objeto de proveito, mas como uma pessoa que também sente exatamente como nós sentimos.

(Meer)