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domingo, 28 de setembro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (218)

Qual é o plano? - Virada para leste, a UE não nos pode ajudar como em 2011. Daí a pergunta: qual é, desta vez, o plano? Como é que posicionamos Portugal daqui a 20 anos? Qual vai ser a nossa nova identidade? (...)         (André Abrantes Amaral, OBSR)

Nos anos 70, o Estado social europeu era um modelo consolidado. Não havia muito que inventar ou pensar. Apenas aplicá-lo em Portugal, o que requereu da parte Soares, de Sá Carneiro e de outros muita coragem política. Houve combate político sério, mas os políticos dos anos 70 não andavam perdidos. A ordem mundial estava estabelecida há muito e a escolha reduziu-se ao lado barricada em que ficávamos. (...)

Hoje não é assim, com o mundo a sofrer uma tremenda alteração no seu equilíbrio. Em última instância, a UE pode desagregar-se ou caminhar para um estado federal. Qualquer destas duas possibilidades, apesar de extremas, são possíveis. Se a opção federal se impuser, qual será a nossa mais-valia que distinga Portugal na Europa e no mundo? Se a UE se desintegrar, onde e como é que nos vamos posicionar? Se tudo se mantiver igual, como é que podemos contribuir para que a presente instabilidade seja ultrapassada? Perante qualquer dos cenários é indispensável que ponhamos mãos à obra e pensemos o que queremos para o futuro, como gastaríamos que Portugal fosse nos próximos anos.

Hoje


Hoje, prefiro cantar as coisas simples, as que
crescem depressa, como os ciprestes, ou as
que se enrolam a tudo o que aparece nos muros
como as buganvílias. Através delas, vejo o céu
que me traz outras coisas, mais complicadas
dos que estas da terra; e também no céu
escolho, hoje, o que não é difícil, a nuvem
que há pouco parecia eterna e desapareceu;
ou um branco sujo que apagou o horizonte,
por algum tempo, e fez com que todo o
universo ficasse ao meu alcance para nada.


Mas o que é simples também pode ser o
seu contrário. Há uma lógica no interior
deste movimento que faz crescer o cipreste,
ou empurra a buganvilia para o fundo do muro;
e também as nuvens seguem uma direção
precisa, mudando a sua forma à medida que
se afastam dos meus olhos. A verdade deste
mundo encontra-se no próprio acaso que
a determina; e sou eu que tenho de encontrar
as razões para o que não precisa delas,
porque a sua existência se limita a este
perfume de fim de verão, ou à queda
das folhas que se confundem com nuvens.
(...)

(Nuno Júdice)