sexta-feira, 23 de maio de 2025

Frases

(de: Viriato Soromenho
 Marques)
A pior coisa que se pode fazer, por ser intelectualmente arrogante e um total erro de análise, é culpar os eleitores.

A substância das eleições perdeu a sua componente semântica, para se transformar num debate entre personalidades, com uma componente emocional cada vez mais fundamental.

O PS, a AD e o resto dos partidos “responsáveis” continuam a tratar a UE como uma “vaca sagrada”, ao ponto de António Costa ter trocado a sua maioria absoluta de 2022 por um lugar à frente do, cada vez mais patético, Conselho Europeu.

Ao fazer essa grotesca fulanização das causas do mal-estar social de muitos milhões de portugueses, Ventura e o Chega sabem que estão a arrastar para o seu lado, as forças viscerais da agressividade e do ódio. Estão a fazer um pacto com o diabo. Tudo indica que essa via rápida para a terra prometida do poder político, não lhes causa quaisquer problemas de consciência.    (Viriato Soromenho Marques, Setubalense)

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (129)

Passados 50 anos, o paralogismo continua evidente: um partido antissistema não pode querer fazer parte do sistema. Os eleitores do Chega, como então os do PCP, são contra o Governo, qualquer que ele seja. Nunca aceitarão ver o seu partido apoiar uma solução alheia de poder.

Certas tolices nunca morrem. Quando, na noite das eleições de 18 de maio, André Ventura afirmou que “o Governo de Portugal depende do Chega e só do Chega”, cometeu o mesmo erro lógico de Álvaro Cunhal a 25 de abril de 1975, falando de “maioria de Esquerda” após as primeiras eleições constitucionais. Passados 50 anos, o paralogismo continua evidente: um partido antissistema não pode querer fazer parte do sistema.

 Prova evidente disto é o desastre sofrido pelos comunistas quando, 40 anos depois das primeiras eleições, e 10 depois da morte de Cunhal, finalmente se realizou a tal “maioria de Esquerda”, no governo da chamada “geringonça”.

O puro “voto de protesto”, de quem não gosta do que está e não se interessa em propor alternativas, sobe naturalmente em períodos de crise e transformação, como o atual. Esta atitude eminentemente negativa, por muito irresponsável.

O que isto significa é que, para a governação concreta do país, os deputados do Chega, tal como os da Extrema-Esquerda, são realmente irrelevantes. É muito desagradável que mais de 30% do parlamento apenas manifeste contestação; mas, por isso mesmo, irão ocupar a legislaturas com protestos retóricos e números mediáticos, para fingir a relevância que realmente nunca terão. Porque no dia em que a tiverem, perdem a única razão dos votos que receberam.

Foi assim em metade dos nossos governos constitucionais, vigorando em 40% do tempo desta democracia.

Claro que isso impedirá as famosas “reformas estruturais”; mas essas não existem há décadas, e também estiveram ausentes durante vários dos governos maioritários. Seria importante realizá-las, mas os bloqueios que as impedem são muito mais profundos que a composição parlamentar.

Vale a pena lembrar que, apesar de todos os problemas, e são muitos e graves, somos um país rico, com uma economia a crescer e uma dívida pública em redução. Afinal, felizmente, a maior parte daquilo que realmente interessa depende, não do Governo e do Parlamento, que se perdem em embates, insultos, sonhos e ilusões, mas da sociedade e da economia, que todos os dias lidam com a realidade.

(excertos do texto de João César das Neves, OBSR)

Frases Para Meditar ...


 Democracia é a forma de governo em que o povo imagina estar no poder.”
(Carlos Drummond de Andrade)

“O castigo do mentiroso, além de ninguém acreditar nele, é ele não poder mais acreditar nos outros.”
(George Bernard Shaw)

“Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.”  (Ana Jácomo)