terça-feira, 22 de outubro de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (264)

A fórmula usada pelos partidos à esquerda do PSD, para criticar o discurso de Luís Montenegro no encerramento do Congresso, fazem lembrar a história do Menino e do Lobo. Estamos sempre a ouvir que vem aí o Lobo da extrema-direita. Se algum dia o Lobo chegar mesmo, corremos o risco sério de ninguém estar já disponível para ouvir, expondo-nos, aí sim, a esse perigo. Exigia-se, pelo menos do PS, uma avaliação critica um pouco mais sofisticada.   (Helena Garrido, OBSR)

Não se sabendo ainda o que vai acontecer ao curriculum de Cidadania, e mesmo considerando que o ministro da Educação Fernando Alexandre tem provas dadas de sensatez e de não conservadorismo bacoco, deixemos para mais tarde esse tema. E concentremo-nos na imigração.

“Acho que a AD está a tentar apropriar-se do discurso da extrema-direita na segurança e na imigração.” Esta foi uma das criticas da líder parlamentar do PS Alexandra Leitão. O que nos leva a perguntar se tem andado pelo país e ouvido as preocupações dos seus concidadãos mais expostos à pressão da imigração.

Há algum tempo que se devia ter começado a gerir a imigração. Mas o PS de António Costa, receoso de ser acusado de ser o Lobo da extrema-direita ou apenas por incapacidade, deixou o problema assumir proporções tais que, aí sim, estávamos em passo acelerado para a rejeição dos imigrantes, de que tanto precisamos, em algumas localidades do país.

Finalmente deixou de ser tabu identificar os problemas que podem ser gerados com a imigração, especialmente quando esta atinge determinadas dimensões e características, designadamente com diferenças culturais que os locais têm dificuldade em entender. Ninguém, em país nenhum, aceita os imigrantes por razões económicas e financeiras. (ler texto integral)

A Verdade É Um Modo De Estarmos A Bem Connosco


Cada época, como cada idade da vida, tem o seu secreto e indizível e injustificável sentido de equilíbrio. Por ele sabemos o que está certo e errado, sensato e ridículo. E isto não é só visível no que é produto da emotividade.

O homem é, no corpo como no espírito, um equilíbrio de tensões. Só que as do espírito,
mais do que as do corpo, se reorganizam com mais frequência. Equilibrado o espírito,
mete-se-lhe uma ideia nova. Se não é expulsa, há nela a verdade. Porque a verdade é isso:
a inclusão de seja o que for no nosso mecanismo sem que lhe rebente as estruturas.

Ou: a coerência de seja o que for com o nosso equilíbrio espiritual. A verdade é um modo de estarmos 
a bem connosco. Mas é um mistério saber o que nos põe a bem ou a mal.

Os anúncios de há cem anos eram ridículos porque sim. Nos meus escritos de há anos,
mesmo nos ensaios, aquilo de que me separo não são muitas vezes as ideias, a argumentação,
mas um certo modo de se olhar para os argumentos, os problemas, um certo nível humano
de encarar as coisas. 

Leio um ensaio de há vinte anos e sinto que eu tinha menos vinte anos.
Há um nível etário para a mesma verdade nos existir. A verdade de que falei há vinte anos
é-me exactamente a de hoje; e todavia há um desfasamento no modo como corri para ela e me entusiasmei com ela e me comovi com ela. Tudo agora me acontece ainda mas num registo
diferente. Não é em si que as verdades envelhecem: é com as rugas que temos no rosto e na alma.

(Vergílio Ferreira)