segunda-feira, 1 de abril de 2024

Notícias Ao Fim DaTarde

Saiba Como Vai Este País

 Minoritário na frente parlamentar, o Governo depende de uma coordenação constante e permanente entre o PSD no Parlamento e o PSD no Governo. Convém sublinhar que o Governo enfrenta duas oposições simultâneas, antagónicas entre si, mas com objectivos estranhamente comuns – o PS pretende empurrar o Governo para a esfera do Chega; o Chega pretende pressionar o Governo para a influência do PS.

O PS será sempre institucional enquanto organiza o partido e as políticas para um novo estádio no poder. Mas a cada acção institucional o preço político será maior até ser verdadeiramente incomportável para o PS e para o PSD – a percepção de um Bloco Central informal só servirá para inflamar o Chega na sua marcha indisfarçável para o poder e para o caos. 

A democracia portuguesa está em pânico com a força do Chega suportada pelo voto de um milhão e duzentos mil portugueses de norte a sul. Entre um partido que faz a política do caos e os votos que o consentem há uma certa “cumplicidade vergonhosa”. Eis uma lição que a democracia portuguesa e os portugueses devem aprender.

Sem um núcleo ideológico, sem uma intenção construtiva, o Chega entende os seus cinquenta deputados como a definição de uma “fronteira” entre o “bem” e o “mal”, uma “fronteira” entre os “verdadeiros portugueses” e os “portugueses vendidos”. Daí querer “limpar” o país, daí o discurso da “corrupção”, daí a arrogância agressiva e demagógica que apenas pretende diminuir os inimigos políticos para governar sobre o vazio de um novo país imaginário. Para o Chega a democracia é um erro estatístico. O país do Chega é uma extensão da vontade de Ventura. E a vontade de Ventura nunca será uma vontade democrática.

Portugal é um sítio triste com as janelas mal lavadas. E o governo do mundo começa em nós mesmos. Uma frase que os portugueses vão gostar de ouvir quando o Presidente da República rasgar o seu silêncio

(excertos do texto de Carlos Marques de Almeida, ECO)

A Frase (73)

As farmácias em Portugal são o exemplo perfeito da boa colaboração entre Estado e privados na saúde, funcionando constantemente como parte integrante do SNS.  (Francisco Torgal, OBSR)
 
O sistema de saúde híbrido pode ser descrito, idealmente, como um sistema equilibrado entre setores público e privado na prestação de cuidados de saúde, permitindo que ambos desempenhem papéis complementares na oferta de serviços. A abordagem tipicamente liberal permite aos utentes optarem por serviços públicos ou privados de acordo com as suas preferências.  (...)

Como exemplo da vantagem dos privados como parte de um sistema integrativo, as farmácias destacam-se na facilitação do funcionamento do sistema de saúde.  (...)

Atualmente as farmácias – instituições privadas – oferecem uma ampla gama de serviços, além da dispensa de medicamentos, que abrange o aconselhamento terapêutico diferenciado, rastreios, vacinação, testes de doenças infeciosas, medicamentos manipulados e fornecimento de fármacos durante períodos de restrição. Esta diversidade e o grande número descentralizado de farmácias em Portugal tornam-nas essenciais no bom funcionamento do SNS como prestadoras de cuidados primários e agentes fulcrais na diminuição da afluência desnecessária aos hospitais e centros de saúde. (...)

É preciso rejeitar preconceitos sobre as instituições privadas de saúde e potenciar o que já é utilizado atualmente com resultados comprovados? Sem dúvida.

Nada É Impossível De Mudar


Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, 
pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, 
de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, 
nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.
 
(Bertolt Brecht)