terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

Assim Acontece

    É necessário discutir ideias concretas para acelerar a justiça em Portugal. Uma justiça rápida não é um privilégio, é um direito. E é possível alcançá-la.  (Rute Alves, ECO)
    As diferenças entre processos judiciais (de natureza civil) e arbitragens são muitas, mas destaco dois métodos específicos da arbitragem que contribuem para a sua celeridade e que poderiam ser adotados pela justiça estadual, ambos quanto à produção de prova – o momento para a junção de documentos e a adoção de depoimentos escritos.
    Uma das regras em arbitragem é que não deve haver surpresas do ponto de vista da prova junta. Não se podem “guardar trunfos” de forma estratégica, isso significa, em primeiro lugar, que os documentos devem ser juntos quando os factos são alegados. Os documentos aceites posteriormente são uma exceção que abrange apenas aqueles cuja existência é superveniente.

    A Europa está a mudar. O Regresso do Político após a ilusão do Liberalismo Eterno está alicerçado na ideia de que a política exige sempre a presença ideológica de um Inimigo. Neste renovar da política está contido o regresso a uma forma tribal de fazer política. O que nos une é o ódio ao outro. Os consensos são a resultante da aniquilação simbólica do Inimigo político comum. Esta política não edifica Catedrais, dispara Cubos como quem dispara Tiros. Seja na Assembleia Nacional em Paris, seja no Parlamento em Lisboa. Entretidos a disparar Palavras Tiro ignoram as ameaças que se aproximam da Europa enquanto Realidade Cultural e Projeto Político. A Rússia não pretende ser Europa porque deseja absorver parte da Europa. É uma Civilização Eslava e Alternativa.        (Carlos Marques de Almeida, ECO)

A Frase (309)

A economia de baixos salários não é uma causa, é uma consequência. De uma sociedade onde volta a prevalecer a ideia de que as empresas são intrinsecamente más. E da pequena dimensão de muitos negócios (Miguel Miranda, OBSR)

Vivemos numa aparente contradição: apesar da melhoria das condições de vida em Portugal e da redução lenta da taxa de risco de pobreza após transferências sociais, da subida da esperança de vida que resume em si a qualidade do sistema de saúde e da alimentação, existe insatisfação e a ideia de que estamos a viver muito aquém das nossas expetativas. Do lado dos governantes parece manter-se a ideia de que o caminho está na distribuição de recursos aos setores mais reivindicativos que aparentemente têm sempre razão. Do lado dos governados parece que não se compreende que existe a necessidade absoluta de se aumentar a riqueza do país como condição necessária para se assegurar uma vida melhor para todos. Que não basta redistribuir melhor.  (...)

Na verdade, a economia de baixos salários não é uma causa, é uma consequência. De uma sociedade onde voltou a prevalecer a ideia de que as empresas e os negócios são intrinsecamente maus. Da pequena dimensão e pouca competitividade de muitas das empresas e das dificuldades que estas têm em crescer. Da regulação excessiva que pode ter vantagens, mas penaliza a atividade económica, e da inexistência de um mercado de capitais dinâmico, o que leva as mais promissoras a escolher outros horizontes.(...)

Precisamos de mais ambição, de mais esforço e de muita sorte. A insatisfação para nada serve, e as expetativas só têm importância quando temperadas pela capacidade que tivermos de ir mais além. É preciso aumentar a riqueza coletiva e para isso é necessário dar asas à economia.

"Medo" Sou Como Sou Hoje


sou como sou
hoje de sorriso aberto
amanhã talvez escondido
hoje o coração salta
amanhã talvez nem o sinta
hoje sinto o vento
amanhã talvez a chuva
às vezes a alma me mantém
em cativeiro.

ah ! e o medo de ter medo,
e aquela covardia
que por vezes me invadia.
os sonhos que se apagavam
como folhas de papel destroçadas
pela borracha que eu nem via.

mas o sol,
esse que me secou as lágrimas
nas horas brancas do relógio oculto
o amargo do grito que calou.
esse sol que me és.
e à noite me cedes as estrelas.
luas que guarnecem as marés

já não tenho medo

(Ana Silvestre)