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sábado, 10 de junho de 2017

Esta É A Frase

Portugal anda há 25 anos a comer capital. Tendo adquirido hábitos europeus sem a produtividade europeia, sofre um desfasamento financeiro crescente. Durante 15 anos as dívidas pública e privada explodiram até que, com o fecho dos mercados na crise de 2008, o endividamento parou. Então passámos a vender as «pratas da casa» para manter a ilusão. Com privatizações no Estado e fusões no privado, o estrangeiro já é dono das principais empresas, bancos e imobiliário nacionais.

João César das Neves, DN

A Primeira Referência Legal Que Declara 'Dia De Festa Nacional E De Grande Gala' O 10 de Junho ...


O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é assinalado, como tal, desde 1977, depois de, durante a ditadura, com António de Oliveira Salazar, ter sido o Dia da Raça.

A primeira referência legal que declara 'Dia de Festa Nacional e de Grande Gala' o 10 de Junho data de 27 de Abril de 1880. É um decreto das Cortes Reais em que o rei D. Luís I acedeu a que se assinalassem os 300 anos da data apontada pelos historiadores para a morte de Luís de Camões, 10 de junho de 1580.
Após a queda da Monarquia e a implantação da República, em 1919, na primeira lista de feriados nacionais elaborada pelo Governo, não aparece ainda o 10 de Junho, mas o decreto 17.171, de 29 de Agosto de 1919, consagrava-o como feriado.

Depois do golpe do 28 de Maio de 1926, as celebrações passam a ter especial ênfase como Dia da Raça. Expressão usada em 2008 por Cavaco Silva e que gerou muita polémica, com o Bloco de Esquerda a criticar o Presidente da República por este usar a "pior imagética" do Estado Novo.
Ao comentar uma paralisação de camionistas, Cavaco disse: "Hoje eu tenho que sublinhar, acima de tudo, a raça, o dia da raça, o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas."

Apesar de já ser assinalado pelos portugueses, o Dia de Portugal surge fixado como 10 de Junho num decreto-lei de 4 de Janeiro de 1952.
A revolução nascida do 25 de Abril de 1974 risca a comemoração do Dia da Raça e o Dia de Camões passa a ganhar relevância - afinal, durante o Estado Novo, os meios oposicionistas utilizaram Camões como "bandeira" e símbolo.
No entanto, só em 1977, por decreto de 4 de Março, foi consagrado o novo significado ao 10 de Junho como 
Fonte: Notícias ao Minuto

O Regime Saído Do 25 De Abril Teve Uma Grande Dificuldade Inicial Em Lidar Com O Dia De Portugal

O regime saído do 25 de Abril teve uma grande dificuldade inicial em lidar com esse Dia de Portugal que sempre foi um emblema da ditadura. Os primeiros três anos pós-revolução foram difíceis: a 10 de junho de 1974 aconteceu uma manifestação “convocada por várias forças democráticas”, que foi do Marquês de Pombal até ao Palácio de Belém dar o seu apoio ao MFA. A 10 de junho de 1975, o governo Vasco Gonçalves apelou ao país para que fosse trabalhar em nome da “batalha da produção”.

O feriado nunca deixou de ser feriado mas, como disse o então secretário de Estado Carlos Carvalhas, “a posição que se assume perante a batalha da produção é o que distingue os verdadeiros dos falsos revolucionários”. Em 1976 estávamos em vésperas das primeiras eleições presidenciais e ninguém ligou nenhuma ao 10 de Junho.

Só há 40 anos, em 1977, nasce a fórmula atual e regressam as comemorações oficiais. O dia passa a chamar-se Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, e as cerimónias decorrem na Guarda, com Ramalho Eanes no cargo de Presidente da República e Mário Soares no de primeiro-ministro.

O discurso mais impressionante será o do escritor Jorge de Sena, que passa uma boa parte do tempo a justificar que a democracia tem todo o direito de celebrar Camões e que gostar de Camões não é coisa de reacionários. Aqui está uma coisa que nunca foi preciso explicar ao poeta-resistente Manuel Alegre, que sempre se assumiu como um “camoniano”, tem Camões como uma das suas maiores referências e ontem recebeu o Prémio Camões, o maior da literatura portuguesa. Celebrar Manuel Alegre com Camões em vésperas do 40.o aniversário do novo 10 de Junho é um acontecimento feliz.

Ana Sá Lopes, Ji

Missão: Continuar A Vida

Ninguém se pode possuir inteiramente, porque se ignora, porque somos um mistério. Para nós mesmos. Podemos sim, ser mais conscientes de uma determinada missão que temos no mundo. Todos nós somos uma missão. Somos a missão de continuar a vida, aperfeiçoando-a, festejando-a e não destruindo-a como se está a fazer hoje. Eu não tenho certezas, mas tenho convicções e uma das minhas convicções mais firmes é que nascemos para a liberdade. E, no entanto, veja o paradoxo: essa liberdade, esse caminho para a liberdade está a ser cada vez mais obscurecido por aquilo que observamos no nosso mundo de hoje. (...)

Todos nós somos uma missão. Somos a missão de continuar a vida, aperfeiçoando-a, festejando-a e não destruindo-a como se está a fazer hoje. Eu não tenho certezas, mas tenho convicções e uma das minhas convicções mais firmes é que nascemos para a liberdade. E, no entanto, veja o paradoxo: essa liberdade, esse caminho para a liberdade está a ser cada vez mais obscurecido por aquilo que observamos no nosso mundo de hoje. Nós chegamos a esta coisa terrível, o chamado equilíbrio nuclear, que é o jogo de escondidas de duas disponibilidades criminosas para suprimir a humanidade.

A humanidade está hoje pronta (parece que está sempre pronta!) para pôr luto por si própria. Isto não é uma forma humana de viver. Esta tragédia tem que ser a sua «húbris», que é, digamos, a arrogância que desencadeia a catástrofe punitiva. E o que me perturba muito, o que me assusta, é que países que subscrevem, que proclamam os direitos humanos, possam entrar num jogo fatal destes, um jogo que se destina a suprimir o homem.

Natália Correia