sábado, 28 de dezembro de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

Estes Anos Vão Ficar Na História Da Europa. Pelas Boas Ou Pelas Más Razões.

(...) Que erros já cometeu a Europa? Que novas derrotas se preparam? A começar pelo princípio: a Europa esticou excessivamente a corda federalista, sem a conseguir finalizar; destronou as nações, sem as eliminar. Ficou a meio caminho, local de todas as derrotas: nem nações orgulhosas, nem federação poderosa. Os alargamentos foram excessivos e arriscados. O avanço a Leste foi imponderado.

A Europa deixou correr a NATO e os Estados Unidos, ficando paulatinamente para trás, poupando recursos e dinheiros, evitando gastos e investimentos, ameaçando a Rússia de modo inconsequente e substituindo a defesa pelos benefícios sociais. Ficou a reboque da América. E desarmada diante da Rússia.

O BREXIT constituiu uma das maiores derrotas da Europa em toda a sua existência. Da Europa continental, da União e da Grã-Bretanha. Uma das mais importantes nações europeias e mundiais, um dos melhores exércitos da Europa e do mundo e uma cultura empresarial única abandonaram a Europa. Para nunca mais voltar. 

Ao longo de décadas, por cupidez e preguiça, por espírito snob e ganância, por facilidade e irresponsabilidade, a Europa deixou definhar a sua indústria, subsidiou a sua deslocalização, fomentou o recurso às empresas do Terceiro Mundo e entregou à China toda a sua capacidade manufactureira. A Europa libertou-se da sua sujidade, do seu lixo e da sua poluição: à custa da sua independência.

Por miopia e ilusão, a Europa entregou-se nas mãos da Rússia, do seu gás e do seu petróleo, enfraquecendo-se e fortalecendo aquele que é seguramente o mais vil dos actuais impérios à face da terra. (...)

A Europa tem beleza, natureza, cultura, tradição, história, reputação, património, diversidade e riqueza suficientes sobre as quais pode reconstruir e recomeçar. E ainda tem empresas e instituições.

É necessário um colossal esforço. Muito estudo. Trabalho e ciência. Investimento. Defesa própria. Segurança autónoma. Muita liberdade e crítica. Direitos humanos. E liderança política.

(Excertos do texto de António Barreto no Público, via Jacarandá)

A Frase (323)

Na sua primeira visita oficial como presidente do Conselho Europeu, António Costa rumou a Kiev. Foi oferecer a Zelensky o apoio incondicional da UE. A seu lado seguiu a nova responsável da CE para a Política Externa, Kaja Kallas.

     
Costa esteve reunido com duas personalidades que comungam da tese de que a NATO se deve envolver num confronto direto com a Rússia, como se isso não tivesse como resultado inevitável transformar o conflito da Ucrânia numa guerra nuclear de aniquilação.      (Soromenho Marques, DN)

Costa, infelizmente, não está só. O anterior PM português, com o apoio da maioria esmagadora do Parlamento e do Presidente da República, é o rosto do maior fracasso histórico em matéria de Segurança Nacional. Como diria Talleyrand, não se trata só de um potencial crime contra a segurança física de quase 11 milhões de pessoas vivendo em Portugal, mas de um erro trágico que assinala o plano inclinado em que a III República mergulhou. O momento, aparentemente, mais alto da carreira política de Costa, coincide com o momento mais baixo e perigoso de toda a História portuguesa.

Não Digas Onde Acaba O Dia ...


Não digas onde acaba o dia.
Onde começa a noite.
Não fales palavras vãs.
As palavras do mundo.
Não digas onde começa a Terra,
Onde termina o céu
Não digas até onde és tu.
Não digas desde onde és Deus.
Não fales palavras vãs.
Desfaze-te da vaidade triste de falar.
Pensa,completamente silencioso,
Até a glória de ficar silencioso,
Sem pensar.

(Cecília Meireles)