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quinta-feira, 15 de junho de 2017

Esta É A Frase

A primeira reação de António Costa às investigações do Ministério Público em curso na EDP e outras empresas de energia foi que estas têm “manhas” para contornar os quadros regulatórios e contratuais. Ninguém pode deixar de concordar com ele. Mas há aqui uma manha: é que se essas empresas contornam, de duas uma: ou os reguladores, isto é o Estado, não sabe, ou sabendo as deixa contornar. Por isso, eu também não tenho dúvidas de que há umas manhas do Estado para deixar que isso aconteça. E se isso acontece, das duas, uma: ou o Governo permite ou não permite. É o que me leva a dizer que há, por aqui, umas manhas do Governo e de António Costa.

Henrique Monteiro, Expresso  

É Cada Vez Mais Um Mundo Faz De Conta, Que Convém A Uma Democracia Teatralizada

Numa realidade que, mediatizando-se, deixou de ser imune às crenças sobre a própria realidade, a relação com a verdade deixa de ser imune à persuasão. O preço de um mundo mais humano, cada vez mais exclusivamente humano, é um mundo cada vez mais indiferente à diferença entre realidade e sua representação, entre verdade e persuasão.

É cada vez mais um mundo faz de conta, que convém a uma democracia teatralizada, espectáculo encenado que deixa a realidade com consequências nos bastidores invisíveis à decisão colectiva, algo a que em ciência política se passou a chamar pós-democracia. É só meia coincidência que os livros Post-Democracy, de Colin Crouch, e The Post-Truth Era, de Ralph Keyes, sejam ambos de 2004 e colem o mesmo prefixo “pós” à verdade e à democracia. Uma e outra não podiam estar mais destinadas ao mesmo fim, seja continuando seja dando lugar a outra coisa que não se adivinha boa.

Apesar da imersão social mediática generalizada, nem todo o real perdeu a imunidade à crença. Mas esse outro real fica longínquo daquele quotidiano em que intervimos, fiados nas nossas ilusões de autonomia. Seja o mundo natural, que se reserva derradeiramente contra o burburinho humano, seja também a decisão com verdadeiro impacto sobre as condições económicas das nossas vidas, cada vez mais uma decisão à margem do centro de legitimação democrática, seja ainda a tecnologia que, produzindo e reproduzindo-se, nos vai subtraindo do processo produtivo.

André Barata, JE

Dia Difícil ...

«Dia difícil... Mas, o Jardineiro da Vida está sempre atento, sempre me ensinando a lidar com os espinhos dos meus dias, com cautela sem me ferir...
Assim, eu penso...  Assim, eu caminho... Assim, eu tenho fé! Muita!»