segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (201)

O SNS para a política mais ideológica é uma espécie de Ministério da Imortalidade. Esta ideia transforma o Sistema num enorme labirinto kafkiano onde as responsabilidades se diluem em cateteres de soro espetados em veias esquecidas em salas de espera pelo país. O SNS está transformado numa enorme repartição pública, gerido com a insensibilidade burocrática das ditaduras, suportado por horas extraordinárias, assente em listas de espera. Listas de espera alimentadas pelo tempo da vida dos outros.      (Carlos Marques de Almeida, ECO)

No Portugal contemporâneo não existe um SNS universal e comum. As diligências da “Saúde Pública” estão divididas em três sistemas informais. Os três sistemas não são complementares. Os três sistemas estão ligados pela lógica do confronto e pela lógica da extracção de rendas. O país tem um Sistema de Saúde que se motiva pela promoção do lucro. O país tem um Sistema de Saúde que se orienta pelo cumprimento de um direito social. O país tem um Sistema de Saúde que segue as necessidades básicas da política. Em todos estes Sistemas há os conflitos que têm de haver e os sofrimentos que são inevitáveis. O que os portugueses perdem é uma aspiração essencial ligada à vida democrática em comum.


Nota: Como escreve António Barreto (Jacarandá): Tudo era previsível. E para tudo havia recursos. O que faltou? O que falhou? Por que razão PS e PSD, ao longo de décadas de governo, não souberam gerir, não conseguiram corrigir, falharam as previsões, descuraram o sistema e deixaram o SNS entregue ao acaso e aos profissionais que, contra o vento, tentam fazer muito mais do que os seus deveres?

Sendo Eu Um Aprendiz


Sendo eu, um aprendiz
A vida já me ensinou que besta
É quem vive triste
Lembrando o que faltou

Magoando a cicatriz
E esquece de ser feliz
Por tudo que conquistou

Afinal, nem toda lágrima é dor
Nem toda graça é sorriso
Nem toda curva da vida
Tem uma placa de aviso
E nem sempre o que você perde
É de fato um prejuízo

O meu ou o seu caminho
Não são muito diferentes
Tem espinho, pedra, buraco
Pra mode atrasar a gente

Mas não desanime por nada
Pois até uma topada
Empurra você pra frente

Tantas vezes parece que é o fim
Mas no fundo, é só um recomeço
Afinal, pra poder se levantar
É preciso sofrer algum tropeço

(Bráulio Bessa)