terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (259)

A palavra do Presidente é a assinatura de uma condição social e política que é o retrato de um Portugal que nunca deixou de existir – a Nação dos influentes e o País dos dependentes.        (Carlos Marques de Almeida, ECO)

O Presidente está politicamente assombrado pelas gémeas. A declaração pública numa sala branca ao estilo de um espaço liminar revela culpa e cinismo. Sem os símbolos da República, o Presidente pretende ser apenas o cidadão que nunca foi. E assim aproximar-se da normalidade de todos os portugueses. Só que o Presidente dos afectos, da proximidade, das selfies, é apenas a imagem política de um cidadão que sempre esteve ligado à coisa pública. Pois Marcelo nunca foi um português normal porque sempre pertenceu a uma casta acima do português normal. Por ser filho de um dignitário do antigo regime, afilhado de um Presidente do Conselho, a maravilha fatal da universidade e o génio do comentário político. A palavra do Presidente é a assinatura de uma condição social e política que é o retrato de um Portugal que nunca deixou de existir – a Nação dos influentes e o País dos dependentes.   (...)

Velhas Árvores


Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

(Olavo Bilac)

(O sujeito poético parece encontrar na natureza um eco das suas emoções, bem como uma resposta e até uma inspiração. Observando as árvores mais antigas, o eu-lirico afirma que elas são as mais bonitas, porque sobreviveram à passagem do tempo e também a inúmeras adversidades. 
Parece tratar-se de uma metáfora que sujeito utiliza para encarar o envelhecimento e a juventude perdida. Conversando com um amigo, o interlocutor, ele transmite uma mensagem positiva, sobre a paz e a sabedoria que surgem com a idade.