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domingo, 8 de outubro de 2017

Notícias Soltas

Em Portugal Relatórios Técnicos, Livros E Artigos Científicos Sobre Incêndios Florestais São Aparentemente "Queimados"

Tal como na obra Fahrenheit 451, em Portugal relatórios técnicos, livros e artigos científicos sobre incêndios florestais são aparentemente “queimados” e menosprezados no processo de decisão política.

Em 1981 a FAO e o Banco Mundial de novo recomendavam a existência de um sistema profissional de prevenção e combate a fogos, aproveitando as competências técnicas que existiam acumuladas em mais de 100 anos de experiência.

Sem conhecimentos técnicos e apesar das melhores intenções, o sistema evoluiu numa perversa aliança entre municípios e bombeiros, tutelada e financiada pelo Estado, reforçando a cada ano o combate (meios materiais e pagamento de deslocações e de equipas de bombeiros voluntários), em detrimento da prevenção.

Com gestão ou sem gestão, com montado de sobro ou carvalhal, com eucalipto, pinho ou áreas protegidas, tudo arde, à medida que a proteção civil vai relegando para a 4.ª prioridade a defesa dos espaços florestais.

Como no filme de Truffaut (baseado no romance de RaComo y Bradbury), estamos alienados e ninguém se importa que o conhecimento impresso nos livros seja queimado a 451º Fahrenheit, a temperatura a que arde o papel? É esta a sociedade do conhecimento?

Esperemos que (...) haja lideranças que, partindo do conhecimento técnico e científico, saibam ler o tempo e os verdadeiros desafios do país e consigam superar as resistências e os interesses do curto prazo, que desde há décadas impedem a defesa das florestas e a salvaguarda das pessoas e lançam para uma inexorável degradação mais de 2/3 do nosso território. Esperemos que a discussão das grandes opções do Plano e do correspondente orçamento de Estado, dê já um sinal de mudança e compromisso com a transformação que urge iniciar.

(ler artigo completo)

Estatística E Política

De: António Barreto
As "noites eleitorais" são momentos altos da vida democrática. Muitos dos comentários que ouvimos nessa noite parecem saídos directamente de um episódio de humor. Sem rir, um trata o sapo de gato e o outro de rato. Na verdade, trata-se de uma mistura hilariante entre a arte mais fingida, a política, e a ciência mais exacta, a estatística. Quem ganha e quem perde, naquela noite, é do domínio da poesia. Ou da ficção.

Apesar de grandes derrotas (Porto, Oeiras) e de vitórias medíocres (Lisboa), o PS foi o grande vencedor. António Costa não escondia a sua aflita alegria. Derrotar aliados é mais problemático do que vencer adversários.

Malgrado as poucas perdas (número de câmaras), o PSD ficou de rastos e pagou, com humilhação, quatro anos de troika e dois de miopia. Com serenidade, Passos Coelho não disfarçou a sua incompreensão.

Não obstante os miseráveis resultados locais e nacionais, o Bloco de Esquerda, um grande derrotado, apresentou-se como vencedor sorridente, recheado de superioridade e embrulhado em certezas.

Derrota pior, quase tão dolorosa quanto a do PSD, foi a do PCP. Perdeu alicerces, bastiões e fortalezas (Beja, Almada, Barreiro). Com inusitado nervosismo, Jerónimo de Sousa ameaçou os eleitores ("Hão-de arrepender-se!").

Vitória magra em números (votos e câmaras), mas grande em símbolo (Assunção Cristas em Lisboa) foi a do CDS, que tem agora de saber distinguir o fortuito do essencial.(continuar a ler)

O Mundo Muda Quando ...

O mundo muda quando dois se olham e se reconhecem...
Amar, é despir-se de nomes.

Octávio Paz