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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Lançar O Medo ...

O apelo aos jovens jihadistas europeus para que se juntem à jihad, no Iraque ou no seu próprio país, anunciou uma nova forma solitária e artesanal (os “lobos solitários”) de terrorismo. O atentado de Paris deu uma nova dimensão a esta ameaça. Pode ser brutal e visa alvos específicos, mais uma vez destinados a multiplicar o seu efeito.
É mais difícil de controlar ou de impedir.
É ideal para lançar o medo.
Apanha a Europa na sua pior fase para resistir.

Hoje, na Alemanha ou na França, na Suécia ou na Dinamarca ou na Holanda, crescem os movimentos e os partidos xenófobos, quase todos visando directamente a imigração islâmica. Na Alemanha, nos últimos dias, assistimos a uma forte mobilização de cidadãos que foram para a rua desafiar o novo movo movimento anti-islâmico que nasceu em Dresden e se espalhou por outras cidades. Hoje, os seus organizadores vão dizer: quem é que tinha razão?

Mais uma vez, a Europa é confrontada com a defesa dos seus princípios e do seu modo de vida. Desta vez, em circunstâncias bem mais difíceis. (ler aqui,Teresa de Sousa, Público)  

Do Imo Do Poder Ser, Onde O Não-Sido Se Arrasta ...

Levam as frases sentido 
 que uma cadência lhes dá: 
 sentido do não-vivido 
 a que fica reduzido 
 o que, escolhido, não há. 

 Do imo do poder ser, 
 onde o não-sido se arrasta, 
 ouvi cadências crescer: 
 vaga música de ter, 
 na vida, quanto não basta - 

quanto um sentido se entenda, 
 que nem verdade ou mentira. 
 (Que o que dele se aprenda 
 é como cobarde venda 
 para que a luz nos não fira

Luz sem luz, brilho da treva
que tudo no fundo é;
e a certeza que se eleva
do fundo da própria treva, 
de exacta que seja, é.)

Levam justiça consigo
as palavras que dissermos.
Por quanto sentido antigo,
nelas ficou por castigo
o futuro que tivermos.

Levam as frases sentido
que uma cadência lhes dá
É justo, injusto - o escolhido?
Como quereis que, vivido,
ele não seja o que será? 

Jorge de Sena