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domingo, 23 de junho de 2019

Notícias Ao Fim Da Tarde

>Não há obstetras em Portugal, como diz a ministra? Errado, mostram os dados

Os Hospitais PPP São Só Quatro, Pesam 5% No Orçamento Do Sector, São Os Melhores Nos Cuidados Prestados, São Os Mais Baratos Para O Estado Mas São A Causa Do Estado Em Que Está o SNS. É Isso?


Quem assistir ao debate sobre a Saúde em Portugal que se tem desenvolvido nos últimos meses fica com duas ideias centrais.

A primeira, factual e objecto de notícias quase diárias, é que o Serviço Nacional de Saúde passa por inquestionáveis dificuldades de funcionamento, de meios, de organização e de qualidade e quantidade na prestação dos serviços à população.

A segunda ideia, que resulta do debate partidário sobre a Lei de Bases da Saúde, quer fazer crer a população menos informada que tudo isto se deve essencialmente à existência de Parcerias Público-Privadas na Saúde. Porque se só se discutem as PPP – basicamente se devem ou não ser proibidas na nova lei – num sector fundamental que passa por enormes dificuldades, então é porque não haverá nada de mais importante para discutir, certo? Nada de mais errado.

Vejamos então do que estamos a falar.

O SNS tem 100 unidades com o estatuto de hospitais (excluindo, portanto, todas as outras centenas de unidades como centros de saúde, unidades de cuidados primários ou continuados, etc.).

Desta centena de unidades, quantas PPP temos? Quatro. Quatro hospitais em regime de parceria com privados: Hospital de Braga, Hospital de Loures, Hospital de Cascais e Hospital de Vila Franca de Xira.

Estamos, então, a falar de 4% do total de hospitais do SNS. É nessas unidades que, segundo alguns partidos da esquerda, radica o grande problema da saúde prestada pelo Estado.
E em termos de despesa? O custo do Estado com estas unidades pelos serviços que eles prestam foi, em 2017, de cerca de 450 milhões de euros por ano. O orçamento global da Saúde no Orçamento do Estado rondou os 8.450 milhões de euros e a dívida dos hospitais públicos está próxima de 750 milhões de euros. Temos, então, um peso de 4,9% das PPP no total do orçamento do SNS em Portugal.
E toda a discussão sobre a Lei de Bases está centrada nestes 4%, num sector manifestamente em crise no país que, dizem, virou a página da austeridade há quase quatro anos e teve dinheiro para, por exemplo, abdicar de 350 milhões por ano de IVA dos restaurantes.
Acresce que nada, nas narrativas do Bloco de Esquerda e do PCP – mas sobretudo do primeiro – é sustentado pelos factos, essa coisa aborrecida que teima em contrariar a ideologia (continuar a ler)

A Abstenção Dos Jovens ...

...  O problema não é a política. São os políticos.

A abstenção dos jovens também se explica por razões mais negativas. Muitos deles não acreditam que o seu voto faça alguma diferença. Os meus filhos já têm idade para votar e pela primeira vez votaram os três nas eleições europeias, sobretudo pelo sentido de dever e de responsabilidade, mas sem grande entusiasmo. Como disse um deles, “Pai não há grandes diferenças entre o António Costa e o Rui Rio, e mesmo a Assunção Crista também não é muito diferente.“ Esta observação não tem a ver com diferenças entre direita e esquerda. O problema é que muitos jovens olham para os políticos e os partidos como fazendo parte de um status quo onde não há inovação nem inspiração.

Para a maioria dos jovens, as questões de costumes e de minorias deixaram de dividir aqueles que são de direita ou de esquerda.(...)  Não lhes passa pela cabeça que haja qualquer tipo de discriminação contra homossexuais ou pessoas de outras raças. Para eles a igualdade entre pessoas de raças ou com orientações sexuais diferentes é simplesmente um dado adquirido. Ou seja, estas questões vão deixar de ter uma dimensão política.

Os nossos jovens, que nem sempre votam, preocupam-se e muito com o seu futuro. Muitos ficam chocados quando começam a trabalhar e se apercebem dos impostos que vão pagar. Pior ainda, são aqueles que começam a sua vida profissional com trabalhos precários, sem qualquer segurança para o futuro. Como vão estes jovens comprar casa e começar famílias? Só há uma solução satisfatória e duradoura: dar liberdade aos jovens para criar riqueza. Mas temos partidos políticos que não gostam de liberdade nem de cidadãos livres. Em grande medida, foram os jovens que começaram novos negócios em Lisboa, desde cafés alternativos, hostels, bares, até outro tipo de serviços para turistas. Mas mal começaram a ganhar dinheiro, vieram taxas, limitações regulatórias e mais impostos.

Os jovens percebem que o PS de Costa e o PSD de Rio não têm imaginação para construir um país para o futuro. E também sabem que o PCP e o Bloco querem sobretudo manter o país do passado.  Além disso, não sentem qualquer tipo de admiração pelos atuais líderes políticos.

Senhor Presidente, com partidos que se limitam a gerir o presente, procurando manter grande parte do passado, e sem propostas para um futuro mais rico e mais livre, os jovens não se vão interessar pela política. O problema não é a política. São os políticos.

(Excertos do artigo de João Marques de Almeida, OBSR)

Os Desertos Da Vida ...


O que seriam os desertos da vida sem as brilhantes miragens dos nossos pensamentos!

Anatole France