quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Serenidade


 A entrega, a não-resistência, torna-se muito mais fácil quando percebemos que todas as experiências são transitórias e que o mundo não poderá dar-nos nada de importante que dure para sempre. Então, poderemos continuar a conhecer pessoas, a envolver-nos em experiências e em actividades, mas sem as imposições e os medos do ego. Ou seja, já não exigiremos que uma situação, uma pessoa, um lugar ou um acontecimento nos satisfaçam ou façam felizes. Aceitaremos a natureza passageira e imperfeita de tudo isso.

E o milagre acontece, quando nos abstemos de fazer exigências impossíveis perante qualquer situação, pessoa, lugar ou acontecimento, que passam então a ser não apenas satisfatórios, mas também mais harmoniosos, mais pacíficos.

Quando aceitamos completamente o momento, quando não contrariamos aquilo que é, a compulsão para pensar afrouxa, sendo substituída por uma serenidade desperta. Encontramo-nos plenamente conscientes, porém a mente não está a rotular o momento. Este estado de não-resistência interior abre as portas à consciência não-condicionada, que é infinitamente maior do que a mente humana. Esta vasta inteligência pode então expressar-se através de nós e ajudar-nos, tanto interior como exteriormente. Por isso, ao abandonarmos a resistência interior, descobrimos frequentemente que as circunstâncias mudam para melhor.

(Eckhart Tolle)

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