Como fica demonstrado pela catástrofe no Humberto Delgado, muitas vezes os nossos problemas estão na administração pública e não no governo.
As máquinas estão inoperacionais, o servidor que junta a informação não serve para a função (foi preciso encomendar um novo) e entretanto quem chega a Portugal é confrontado com a obrigação de passar pelos guichês da PSP, compreensivelmente sem agentes suficientes. Não há dúvida: a responsabilidade é do SSI. Não é da ANA, que tem de gerir um aeroporto esgotado (obrigado, António Costa pelo hábito de empurrar os assuntos com a barriga).
E a responsabilidade também não é do Governo, que foi apanhado em cheio pela incúria do Serviço de Segurança Interna.
Os governos têm certamente responsabilidades em diferentes áreas e isso deve ser-lhes cobrado, mas este hábito nacional de fazermos dos ministros os responsáveis por tudo-tudo é um jogo de soma nula. Como fica demonstrado pela catástrofe no Humberto Delgado, muitas vezes os nossos problemas estão na administração pública e não no governo. A falta de investimento justifica parte dos erros, sim, mas não é certamente o caso das máquinas para leitura de passaportes, e há muitas outras situações assim: sobra a impreparação e até a incompetência.
A reforma do Estado é, por isso, o alfa e o ómega desta legislatura. É preciso gerir melhor, ter mais competência e até pagar melhor. Quando a oposição se põe ao berros contra um ministro – ontem foi a da Saúde – confirma a falta de vontade de mudar a forma de fazer política. É tudo muito básico. A única coisa que interessa é o poder e a forma de o obter – o resto é supérfluo.
Os governos têm certamente responsabilidades em diferentes áreas e isso deve ser-lhes cobrado, mas este hábito nacional de fazermos dos ministros os responsáveis por tudo-tudo é um jogo de soma nula. Como fica demonstrado pela catástrofe no Humberto Delgado, muitas vezes os nossos problemas estão na administração pública e não no governo. A falta de investimento justifica parte dos erros, sim, mas não é certamente o caso das máquinas para leitura de passaportes, e há muitas outras situações assim: sobra a impreparação e até a incompetência.
A reforma do Estado é, por isso, o alfa e o ómega desta legislatura. É preciso gerir melhor, ter mais competência e até pagar melhor. Quando a oposição se põe ao berros contra um ministro – ontem foi a da Saúde – confirma a falta de vontade de mudar a forma de fazer política. É tudo muito básico. A única coisa que interessa é o poder e a forma de o obter – o resto é supérfluo.
(excertos do texto de André Macedo, JEconómico)

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