Monitorização do sono
Todos nós sabemos o quanto a falta de sono ou uma noite mal dormida nos afetam. A diferença entre a quantidade de sono necessária e a quantidade que realmente dormimos de fato afeta não apenas nosso humor e disposição, mas pode ter efeitos a longo prazo.
Contudo, até agora não conhecíamos os mecanismos que fazem essa conexão entre falta de sono e saúde - por exemplo, como o cérebro rastreia a falta de sono ou nos obriga a compensar essa diferença.
Agora, cientistas da Universidade Johns Hopkins (EUA) descobriram neurónios que ajudam o cérebro a monitorar e a recuperar de défices de sono.
A descoberta foi feita em camundongos, mas se uma via semelhante for confirmada em humanos ela poderá aprimorar tratamentos para distúrbios do sono e outras condições marcadas por comprometimento do sono, como a doença de Alzheimer.
Neurónios reuniens
Os neurônios foram descobertos em uma região do cérebro chamada núcleo talamico reuniens. Quando os neurónios dessa área foram estimulados, os animais tiveram inicialmente o comportamento pré-sono, em que se preparam para dormir. A seguir, veio um sono profundo e persistente, que durou horas.
"Esse padrão de sono assemelha-se ao sono de recuperação e sugere que a ativação dos neurônios reuniens gera pressão de sono mesmo em animais sem débito de sono. O silenciamento desse circuito durante a privação de sono interrompe a quantidade e a qualidade do sono de recuperação, sugerindo que sua atividade sinaliza o acúmulo da necessidade de sono," dizem os investigadores.
Isso indica que esses neurónios não são um interruptor para ligar e desligar o sono; em vez disso, eles induzem a sonolência.
O desenvolvimento de terapias que tenham como alvo esses neurónios poderá levar à criação de novos tratamentos para a hipersonia - uma sonolencia excessiva após o repouso - bem como para condições como a doença de Alzheimer, na qual as pessoas não dormem o suficiente.
Checagem com artigo científico:
Artigo: Sleep need-dependent plasticity of a thalamic circuit promotes homeostatic recovery sleep
Autores: Sang Soo Lee, Qiang Liu, Alexandra H. R. Cheng, Dong Won Kim, Daphne M. Boudreau, Anuradha Mehta, Mehmet F. Keles, Rafal Fejfer, Isabelle Palmer, Kristen H. Park, Heike Münzberg, Timothy D. Harris, Austin R. Graves, Seth Blackshaw, Mark N. Wu
Publicação: Science
Vol.: 388, Issue 6753
DOI: 10.1126/science.adm8203
Todos nós sabemos o quanto a falta de sono ou uma noite mal dormida nos afetam. A diferença entre a quantidade de sono necessária e a quantidade que realmente dormimos de fato afeta não apenas nosso humor e disposição, mas pode ter efeitos a longo prazo.
Contudo, até agora não conhecíamos os mecanismos que fazem essa conexão entre falta de sono e saúde - por exemplo, como o cérebro rastreia a falta de sono ou nos obriga a compensar essa diferença.
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| A ativação dos neurônios reuniens gerou comportamentos preparatórios para o sono e sono profundo e persistente. [Imagem: Sang Soo Lee et al. - 10.1126/science.adm8203] |
A descoberta foi feita em camundongos, mas se uma via semelhante for confirmada em humanos ela poderá aprimorar tratamentos para distúrbios do sono e outras condições marcadas por comprometimento do sono, como a doença de Alzheimer.
Neurónios reuniens
Os neurônios foram descobertos em uma região do cérebro chamada núcleo talamico reuniens. Quando os neurónios dessa área foram estimulados, os animais tiveram inicialmente o comportamento pré-sono, em que se preparam para dormir. A seguir, veio um sono profundo e persistente, que durou horas.
"Esse padrão de sono assemelha-se ao sono de recuperação e sugere que a ativação dos neurônios reuniens gera pressão de sono mesmo em animais sem débito de sono. O silenciamento desse circuito durante a privação de sono interrompe a quantidade e a qualidade do sono de recuperação, sugerindo que sua atividade sinaliza o acúmulo da necessidade de sono," dizem os investigadores.
Isso indica que esses neurónios não são um interruptor para ligar e desligar o sono; em vez disso, eles induzem a sonolência.
O desenvolvimento de terapias que tenham como alvo esses neurónios poderá levar à criação de novos tratamentos para a hipersonia - uma sonolencia excessiva após o repouso - bem como para condições como a doença de Alzheimer, na qual as pessoas não dormem o suficiente.
Checagem com artigo científico:
Artigo: Sleep need-dependent plasticity of a thalamic circuit promotes homeostatic recovery sleep
Autores: Sang Soo Lee, Qiang Liu, Alexandra H. R. Cheng, Dong Won Kim, Daphne M. Boudreau, Anuradha Mehta, Mehmet F. Keles, Rafal Fejfer, Isabelle Palmer, Kristen H. Park, Heike Münzberg, Timothy D. Harris, Austin R. Graves, Seth Blackshaw, Mark N. Wu
Publicação: Science
Vol.: 388, Issue 6753
DOI: 10.1126/science.adm8203

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