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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A Frase (210)

Portugal deve decidir entre a razão de Estado ou a missão moral. Ou talvez não. Portugal pode sempre optar pelo zig-zag de um país à margem.  (Carlos Marques de Almeida, ECO)

O problema é que as Presidenciais representam o estado do regime – A dispersão de um sentido democrático e a afirmação da radicalização política. Os candidatos sem créditos e sem perfil são o resultado de uma crise potencial e silenciosa que pode anunciar uma revolução no regime.

O futuro da democracia liberal está em aberto, logo é o tempo de todas as forças políticas antidemocráticas e antiliberais à esquerda e à direita. Porque o regime democrático se acomoda à repetição acrítica de um discurso esvaziado de sentido, mas pleno de preocupação em manter o status quo. O comodismo repetitivo de que um candidato de centro-esquerda e de um candidato de centro-direita conseguem unificar as duas grandes famílias políticas é uma realidade do passado e uma ilusão perigosa. A política conhece uma profunda aceleração histórica em que as ideias políticas mais insalubres começam a ser um elemento normal ao debate político contemporâneo. Depois de cinquenta anos de consenso democrático, o consenso esgotou o prazo de validade. (...)

No vazio do espaço deixado pelas “soluções democráticas mais clássicas”, mas também na demissão dos designados “candidatos naturais”, existe ainda a figura austera e politicamente desarticulada do Almirante. Politicamente o Almirante é de uma rigidez robótica e de uma insensibilidade marítima. Simplesmente egocêntrico e desprovido de um qualquer sentido político, o Almirante oferece o carisma de uma farda e a disciplina da ignorância política elevada à máxima potência da superioridade moral. O Portugal do Almirante é uma espécie de “ode marítima” na proximidade do “cais da saudade” tendo como programa político a celebração dos frescos de Almada Negreiros. Na selva desordenada de tantas criaturas, ou melhor, candidaturas, imaginam uma segunda volta das Presidenciais disputada entre Ventura e o Almirante?  (...)  (ler texto na íntegra)

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