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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

A Frase (184)

A fantasia do reconhecimento do “estado” da Palestina - A diplomacia não serve para apaziguar grupos radicais. Sobretudo, as fraquezas e os problemas internos de Macron e de Starmer não devem influenciar a política externa de outros países europeus.

Há vários problemas com a fantasia de se reconhecer o “estado” da Palestina. O primeiro é que não existe um “estado” da Palestina. Como se pode reconhecer o que não existe? Existem dois territórios palestinos: a margem ocidental do rio Jordão; e a faixa da Gaza. São territórios distintos, com dois governos diferentes, que não reconhecem legitimidade política um ao outro. Qual das “Palestinas” será reconhecida por Portugal e por outros países europeus? Parece que será a Autoridade Palestiniana na margem ocidental do rio Jordão. Essa é a primeira contradição da fantasia (lamento, mas não é possível chamar-lhe estratégia). Querem reconhecer o “estado” da Palestina por causa da guerra de Gaza, mas se o fizerem estão a atacar directamente a autoridade que governa Gaza, o Hamas.

Só na aparência é que o eventual reconhecimento do “estado” da Palestina constitui um acto de política externa. Na verdade, é um exercício populista de política interna. Por um lado, acham que as maiorias das populações europeias querem reconhecer um “estado” da Palestina. As televisões querem, mas as televisões há muito que deixaram de representar a maioria das populações europeias. Os governos europeus estão convencidos que é popular, internamente, reconhecer o “estado” da palestina, e que também lhes dá uma superioridade moral que não enjeitam, mas a busca de popularidade entre as suas populações é política interna, não é diplomacia.     (João Marques de Almeida, OBSR

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