O casamento em si é um símbolo bastante difundido, que exprime a união de elementos complementares opostos ou sistemas dualísticos, que não se encontram mais em oposição ou em concorrência, mas sim agem de maneira complementar, e em sua complementação recíproca tornam-se uma unidade superior, que significa mais que a simples soma de cada um dos componentes. Nas antigas culturas o ' casamento sagrado' indicava a união criadora entre céu e terra, elemento masculino e feminino, deus e deusa, expressa ritualmente através da cópula entre o rei e uma saterdotisa, que personifica a deusa ou o elemento feminino no todo. Esses ritos tinham função, entre outras, de assegurar a fertilidade e a ordem cósmica para o novo ano que se aproximava, como ocorria por ocasião das festividades de ano-novo nas antigas civilizações da Mesopotâmia. Muitas vezes o evidente aspecto sexual era interpretado e concebido como imagem de um outro pólo de opostos que se uniam, como por exemplo como símbolo da fusão mística entre Deus e o seu povo.
Na alquimia são usuais as representações iconográficas do casamento e da união sexual do rei e da rainha (Gabricius e Beia), símbolo da união dos hipotéticos elementos primordiais enxofre e mercúrio, que então passam a representar uma unidade superior na figura do andrógino, onde a dualidade original de 'Sol e Lua' , Marte e Vénus, etc. é solucionada no ' casamento químico' de maneira semelhante às ideias do gnosticismo antigo Sophia(sabedoria) com Dynamis(força) que continuaram a viver na alquimia de maneira velada.
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