A agência de notação financeira que cortou o "rating" da dívida pública portuguesa em quatro níveis, reduziu hoje a classificação de crédito da Comboios de Portugal.
Vicente Pereira explicou que já esperava a decisão porque o "rating" da dívida da CP acompanha o da dívida soberana. "Os investidores que têm títulos [de dívida da CP] em seu poder vêem as coisas mais negras", referiu o responsável da CP citado pela publicação de economia.
A descida do "rating" das empresas públicas, bancos portugueses e até empresas privadas, deverá sofrer com a redução da qualidade de crédito que a Moody’s atribui à dívida sobreana portuguesa.
As agências de notação financeira têm cometido muitos erros, mesmo na avaliação do nosso país. Todos sabíamos que as contas do anterior Governo não batiam certo, que estavam a gastar acima das possibilidades. Avisos foram muitos e as agências financeiras só muito mais tarde o sinalizaram. Ficámos com a credibilidade em risco. Agora que os três principais partidos estão empenhados em cumprir o plano que foi imposto, que só agora o novo governo entrou em funções vêm baixar o 'rating' deste modo sem verificarem o resultado das alterações, de um volte-face no equilíbrio das contas e da credibilidade do processo em curso?
Diferente, para já, é a posição da agência de 'rating' canadiana DBRS que, segundo o SOL, disse hoje ser «muito cedo» para concluir se o programa acordado entre Portugal e a 'troika' é adequado, e que apesar dos riscos, existe um consenso político alargado sobre a necessidade da consolidação orçamental.
A DBRS é uma das quatro agências, a par da Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s, cujas notas o Banco Central Europeu utiliza para avaliar a qualidade dos colaterais entregues pelos bancos nas suas operações de refinanciamento, mas que é pouco citada.
Depois de tudo o que está a acontecer por esta Europa fora, a UE continua a ver passar os comboios.
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