Uma destacada neuroanatomista de Harvard, Jill Bolte Taylor, acordou numa manhã de Dezembro, de 1996, reconhecendo que estava a sofrer um AVC grave.
Perdeu em poucas horas e quase totalmente as funções cognitivas que lhe permitiam comunicar (o hemisfério esquerdo tinha sido gravemente afectado) . Entretanto, a sua autoconsciência transferira-se para o hemisfério cerebral direito, deixando-a mergulhada num continuum de energia que lhe proporcionava um sentimento de euforia.
Relatado na primeira pessoa, este testemunho traz um extraordinário impulso ao conhecimento do cérebro e aos cuidados de recuperação a ter com pessoas que sofrem de todo o tipo de disfunções neurológicas, mas interessa igualmente a cada um de nós.
Vale a pena ler, ficamos a perceber melhor como funciona o nosso cérebro e a importância das sinapses que se podem estabelecer entre neurónios que muitas vezes permitem a recuperação funcional de directivas conducentes ao reestabelecimento de aptidões físicas perdidas, pela morte brusca ou não de grupos alargados de neurónios.
Jill, depois da difícil, longa, mas eficaz recuperação, chegou à conclusão que no fundo, tudo o que vivenciamos é produto das nossas células e dos seus sistemas de circuitos. Quando nos sintonizamos com as sensações que os diversos circuitos provocam no nosso corpo, podemos escolher como queremos ser no mundo. Por exemplo, quando a sensação de medo e/ou ansiedade se desencadeiam no nosso corpo podemos sempre evitar o mais possível essa sensação se tentarmos não ficar presos a esse sistema de circuitos, lembrando, que os nossos pensamentos são reacções fisiológicas passageiras.
Aqui fica a definição preferida por Jill para o Medo: « falsas expectativas disfarçadas de realidade»
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