Um dos maiores eventos físicos do Sistema Solar, a inversão dos pólos magnéticos do Sol deve ocorrer até o fim do ano. O fenómeno acontece a cada 11 anos em média e não apresenta grandes perigos, mas ainda assim é objecto de monitorização
de astrónomos espalhados pelo mundo.
O campo magnético do Sol é produzido pelo movimento dos gases quentes à medida que o astro gira e o calor sobe do núcleo até a superfície. Sem ele, dizem os astrónomos, o Sol pareceria uma bola de gás transparente e brilhante e não uma esfera mais “sólida”.
Ao longo dos ciclos de 11 anos de actividade do Sol, o campo magnético do astro também vai sofrendo mudanças, que podem ser acompanhadas pela variação no número e localização das manchas solares, áreas na superfície do Sol que parecem mais escuras justamente por causa da intensa actividade magnética. No início dos ciclos, as manchas costumam formar-se perto dos pólos e gradualmente movem-se em direcção ao equador solar. Neste ponto, elas desaparecem e as linhas de campo "pulam" em direcção a um dos pólos, aos poucos “zerando” a força do campo magnético do Sol até que inverta as suas polaridades.
Ainda de acordo com os astrónomos, a inversão pode momentaneamente aumentar a possibilidade de erupções solares, que orientadas em direcção da Terra podem provocar intensas auroras boreais e austrais e, dependendo de sua intensidade, afectar satélites, sistemas de comunicação e de transmissão de energia. Na última inversão, durante o pico da actividade solar de 2003, o Sol teve 17 grandes erupções em três semanas, incluindo uma recordista classificada como tipo X28, a mais forte já registada até agora, que temporariamente tirou do ar muitos satélites e danificou permanentemente outros. (Cesar Baima - O Globo)
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