"A questão da herança de traços adquiridos tem intrigado biólogos e médicos há décadas. Embora tenha sido observada de forma consistente já no século 18, agora há evidências suficientemente fortes e convincentes para que possamos firmemente aceitar isso," disse Mansuy.
A transmissão genética de características reflecte as alterações na estrutura genética, isto é, nos pares de bases que formam o DNA.
A epigenética, por outro lado, envolve processos celulares que não alteram a estrutura do DNA.
Em vez disso, os mecanismos epigenéticos, incluindo a metilação do DNA ou os resíduos específicos de proteínas histonas, influenciam a extensão com que os genes individuais são convertidos em RNA mensageiro.
Essas alterações podem ocorrer em qualquer célula do corpo, mas quando ocorrem nas células germinativas (esperma ou ovos) as alterações podem ser passadas para a próxima geração.
As mudanças na estrutura do DNA são eventos aleatórios que adquirem sentido funcional no contexto da "selecção natural" de Darwin.
Em contraste, as reações epigenéticas a ambientes específicos são projetadas para permitir que o organismo lide com esse contexto.
Quando essas características são passadas para a próxima geração, é como se o recém-nascido chegasse preparado para esse ambiente específico.
Os problemas surgem quando os processos epigenéticos dão origem a características que não são adaptativas para os descendentes, tais como uma reactividade elevada, ou quando o ambiente mudou.
Mudança de paradigma
Parece ser a hora do paradigma genético ceder espaço para o paradigma epigenético.
O artigo, longamente comentado pelos editores da revista, mostra a dificuldade para que uma teoria científica dê lugar a uma nova teoria com maior poder explicativo.
Na verdade, há inúmeros estudos demonstrando os mecanismos epigenéticos de transmissão de características entre gerações:.
Fonte: DS
Sem comentários:
Enviar um comentário