O ciclotrão produz os elementos radioactivos usados nos tomógrafos (AM) |
Em Coimbra, num dos pisos do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), encontra-se um tomógrafo construído de raiz, especializado em produzir imagens médicas para oncologia, cardiologia e neurologia, mas que também faz investigação. Um tomógrafo é um termo genérico para um aparelho que produz imagens tridimensionais do interior de corpos, a partir da soma de imagens de “fatias” desses cortes. Há vários tipos de tomógrafo. Este protótipo utiliza moléculas com átomos radioactivos que podem sinalizar objectos específicos importantes para a medicina como tumores, a beta-amilóide — uma proteína que se associa à doença de Alzheimer —, entre outros.
Para já, este tomógrafo ainda só pode ser usado em roedores, para investigação. Não tem a dimensão nem está preparado para o uso em humanos. Mas é uma demonstração da capacidade inovadora do ICNAS. “Temos psicólogos, engenheiros, médicos, farmacêuticos, físicos”, diz Miguel Castelo-Branco. “Reunimos as disciplinas todas e fazemos investigação translacional.” Ou seja, utilizam as descobertas feitas na investigação básica para resolver problemas de medicina, neste caso inventando um novo tomógrafo.
O próximo passo para este projecto é redimensionar o protótipo para humanos só para imagens de cérebro. “O desafio é só uma questão de escala”, diz Miguel Castelo-Branco, adiantando que todos os problemas técnicos já ficaram resolvidos quando se construiu a versão para animais.
Fonte: Público
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