Uma nova teoria propõe que as causas das demências, como Alzheimer e Parkinson, além de outras doenças neurodegenerativas, estão em um sistema imunológico fora de controle.
Com a ineficácia das terapias desenvolvidas até agora, há algum tempo os cientistas procuram uma nova teoria que explique o surgimento das demências.
Investigadores australianos acreditam agora já dispor de fortes evidências de que o declínio neurológico comum a estas doenças é causado por uma "autoinflamação", na qual o próprio sistema imunológico do corpo desenvolve uma resposta inflamatória persistente e faz com que as células do cérebro morram.
Até agora, os cientistas têm-se concentrado no papel dos depósitos de proteínas, chamadas placas amiloides, que se formam no cérebro das pessoas afectadas com Alzheimer. Mas agora já está claro que esta é uma explicação inadequada - ou, no mínimo, insuficiente - para a doença de Alzheimer.
O sistema imunológico é a primeira linha de defesa nas células, e normalmente distingue entre as moléculas que pertencem ao corpo e as moléculas invasoras, causadoras de doenças. É um alarme e um sistema de resposta com um mecanismo de autodestruição para conter e eliminar os invasores ou células anormais, como o câncer.
Vários problemas podem levar ao mau funcionamento desse sistema, incluindo mutações genéticas, infecções, toxinas ou lesão física, que têm sido associadas com diferentes formas de neurodegeneração.
Inicialmente o sistema imune protege o tecido contra esses gatilhos, mas uma activação prolongada em algum momento começa a se autoperpetuar, causando a morte das células do cérebro, propõem os pesquisadores.
"Esperamos que esta nova forma de entender a neurodegeneração leve a novos tratamentos," diz o professor Richards. "Agora precisamos investigar mais as moléculas sinalizadoras do sistema imunológico para identificar novos alvos de drogas que irão retardar o aparecimento e/ou parar a progressão dessas doenças devastadoras."
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