Gravura meramente ilustrativa. O crédito da descoberta é da JAXA, do Japão, e não da Nasa |
Ou melhor, é a concretização de algo teorizado há muito por cientistas e usado na boa ficção.
Com mais de 50 quilómetros de comprimento e uma largura média de 100 metros, a caverna agora descoberta pela sonda japonesa Selene será um tubo de lava, de uma era em que o nosso satélite foi vulcanicamente ativo.
É difícil sublinhar a importância da descoberta para o futuro espacial da humanidade. Um dos maiores desafios que os cientistas enfrentam na conceção e preparação de missões tripuladas ao "espaço profundo" é a proteção dos seres humanos das radiações. Desde os ultravioletas do Sol aos raios cósmicos, a radioatividade provoca mutações genéticas (como o cancro) nos seres vivos ou, em doses elevadas, é mesmo capaz de tornar a vida impossível
Na superfície do nosso planeta, a atmosfera (a camada de ozono) e o campo magnético terrestre protegem-nos. Mesmo em órbita baixa, como aquela em que se encontra a Estação Espacial Internacional, o campo magnético da Terra é ainda suficientemente forte para defletir a maioria das partículas nocivas.
"Lá fora", no entanto, há que encontrar soluções de proteção. Assim, para poder construir bases permanentes na Lua ou em Marte, por exemplo, teremos de primeiro solucionar este problema.
Uma solução é enterrar os habitats. O solo é um eficaz (e natural) escudo antirradiação. Mas só o hipotético custo do transporte de equipamento pesado para escavar estruturas subterrâneas na Lua ou em Marte torna a ideia praticamente inviável. Já só ter de adaptar uma estrutura preexistente seria muito mais fácil.
A caverna agora descoberta pode ser isso mesmo. (continuar a ler)
Sem comentários:
Enviar um comentário