A metástase - a formação de tumores secundários - é um dos principais responsáveis pela grande maioria das mortes relacionadas ao câncer.
Os mecanismos exatos de como as disfunções celulares aparecem em células muito distantes do tumor primário de um câncer continuam sendo uma área de pesquisa, sem respostas definitivas.
Quase 100 anos atrás, uma teoria sugeriu que algumas células metastáticas causavam espontaneamente tumores secundários ao fundir seu material celular com células normais e restabelecer sua expressão gênica mutada. Mas foi apenas nos últimos anos que a tecnologia de sequenciamento genético e os agentes de sinalização ficaram avançados o suficiente para testar essa teoria.
De fato, agora confirmou-se pela primeira vez em animais vivos uma conexão entre células híbridas de tumores e tumores metastáticos, abrindo novas expectativas de meios para evitar que as metástases surjam.
"A comunidade de pesquisa está reconhecendo que a heterogeneidade pode tornar os tumores muito difíceis de tratar. Em vez de criar muitas terapias diferentes para atingir diferentes tipos de células tumorais, pode ser possível acabar com a heterogeneidade na fonte limitando a formação de híbridos no tumor," disse a professora Brenda Ogle, da Universidade do Minnesota (EUA).
Observando o mecanismo da metástase
Ogle e os seus colegas primeiro cultivaram células saudáveis e células tumorais que se fundiram espontaneamente para formar híbridos. Usando uma técnica de sequenciamento de RNA, o grupo tirou uma "foto" molecular da expressão gênica de cada célula híbrida fundida.
O que se viu foi que as células híbridas expressam os genes tanto da célula saudável como da célula tumoral. Este fator ajuda as células metastáticas a sobreviverem ao tumor primário e potencialmente as ajuda a estabelecer as bases para outras células tumorais.
O grupo então manipulou camundongos geneticamente para que eles produzissem uma enzima repórter indutível chamada luciferase quando as células híbridas estavam presentes. Isso permitiu acompanhar a formação de híbridas em animais vivos pela primeira vez. Em vez de usar imagens macroscópicas bioluminescentes, que não têm sensibilidade para detectar células espalhadas por um espécime, a equipe desenvolveu uma técnica que uniu centenas de imagens microscópicas para detectar a luciferase.
A professora Ogle afirma que as descobertas de sua equipe poderão levar a mais pesquisas sobre como os híbridos se formam, já que o desenvolvimento de drogas para inibir a formação de híbridos pode impedir a disseminação metastática.
Fonte: DS
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