Esta situação era totalmente impensável há uns poucos anos – a mim ainda custa crer que um preço possa ser inferior a zero. Indignações à parte, o que importa é saber o impacto da extravagante política monetária imposta pelo BCE na economia, nos mercados financeiros e no sistema bancário.
José Maria Brandão de Brito
Taxas de juro muito baixas ou negativas penalizam a poupança e, simetricamente, incentivam o crédito para efeitos de consumo (particulares) e investimento (empresas), com efeito positivo sobre a procura agregada. Este efeito tende, porém, a perder intensidade em contextos de elevado endividamento, como é o caso da generalidade das economias europeias. Na verdade, parece que na área do euro, a redução agressiva das taxas de juro se tem revelado totalmente inoperante. Porquê?
(Quer saber, - ora leia)
>BCE prepara pacote de estímulos à economia, mas o impacto inicial é negativo para os bancos, que antecipam margens financeiras menores. Medidas de mitigação poderão não ser suficientes. (Leonor Mateu Ferreira, ECO)
Setor sob pressão… por antecipação
Juros negativos não são novidade para a banca já que duram desde 2015. No entanto, a expectativa era que 2019 marcasse o início da inversão na política monetária não convencional do BCE. Ou seja, que além de acabar com a compra líquida de dívida, o banco central subisse gradualmente os juros. Draghi trocou-lhes as voltas.
O outlook económico em degradação e a inflação persistentemente aquém da meta levaram o BCE a sinalizar um corte nos juros, nomeadamente das taxas de depósitos (acompanhado de um sistema escalonado) e o possível relançamento do programa de compra de dívida. Apesar de ainda não ter feito alterações na reunião de julho, poderá fazê-lo depois das férias, em setembro.
Sem comentários:
Enviar um comentário