Um dos enigmas do novo coronavírus é se vai abrandar com a chegada do calor. Muitos pensam que sim, associando o seu comportamento ao das gripes - mas a doutrina diverge. E quanto à chuva, que por exemplo está a cair agora em Portugal? Já lá vamos. Primeiro o calor.
Marc Lipsitch, epidemiologista em Harvard, citado pela New York Magazine, diz que tal pode ser aceitável para um vírus antigo, mas para um novo não, porque quase ninguém lhe tem imunidade. "Em termos simples, vírus que circulam há muito tempo, podem espalhar-se pela população apenas quando as condições são mais favoráveis, neste caso no inverno. A sazonalidade não abranda novos vírus como acontece com os velhos." Dá o exemplo do H1N1 (2009), que começou numa primavera, retrocedeu no verão e depois acelerou no outono.
Posição diferente tem o Prémio Pessoa 2018. Miguel Bastos Araújo, geógrafo, divulgou um estudo com o investigador iraniano Babak Naimi (da Universidade de Helsínquia, Finlândia), que fazia um levantamento das áreas de infeção e concluía que o novo coronavírus dá-se melhor em áreas secas (precipitação baixa) e com temperatura fresca (6 a 9 graus).
À Lusa, o responsável pela Cátedra na área da Biodiversidade na Universidade de Évora diz que "no caso de Portugal, o que se prevê é que, agora, em março e abril, o vírus continue em expansão, mas espera-se que a partir de maio ou junho decaia abruptamente." Em contrapartida, pode deslocar-se para o Hemisfério Sul em força. Diz o investigador que o Covid-19, tal como o seu irmão SARS, "não será insensível às condições de temperatura e humidade". (saiba mais aqui)
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