Se perder as autárquicas, como se presume, e se perder sobretudo as grandes cidades, como se imagina, Rui Rio não será o único responsável. Com ele, pelo silêncio e pela omissão, estará o PSD profundo. Tão profundo que tão cedo não sairá do buraco.
SE RUI RIO TIVESSE no seu historial uma sondagem negativa, não haveria nada a temer. Se fossem duas ou três, também não. Se fossem várias ao longo de um ano, paciência. Mas quando são dezenas desde 2018, sem falar de uma derrota humilhante em 2019, é preciso perguntar de que se queixam os "notáveis", como Alberto João Jardim. Será que só acordaram agora, nas vésperas das autárquicas, para verem a dimensão do estrago? Onde estiverem eles durante três anos de miséria, em que o PS reinou sozinho e os votos da direita foram fugindo para a abstenção, para o Chega e para a Iniciativa Liberal?
Não estiveram. Com a manha própria do clube, fizeram contas à vida e esperaram que António Costa, humilde e vexado, viesse bater à porta do convento social-democrata. Nesse momento, Rio daria abrigo ao pedinte, exigindo em troca a partilha do Estado, para alegria geral da congregação esfaimada.
Não aconteceu. Sem maioria, Costa entende-se muito bem com os camaradas (do PC). E, para os próximos orçamentos, até o Bloco já admite voltar à casa paterna.
( excertos do texto de João Pereira Coutinho, Sábado)
Sem comentários:
Enviar um comentário